SAÚDE

Governo Lula retomará campanhas de vacinação e quer exigir imunização em programas sociais

Ideia é que carteirinha seja solicitada, também, no ato da matrícula escolar, afirmou o vice-presidente eleito

Alckmin ressaltou, porém, que a regra em si não está contida na "Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição" - Evaristo Sá/AFP

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou na noite deste domingo (4), que a nova gestão deverá uma campanha de vacinação a partir da primeira semana de janeiro. O coordenador do gabinete de transição do novo governo também disse que a equipe avalia a adoção de medidas como solicitar a carteirinha de vacinação para matricular crianças em escolas e a retomada da exigência da vacinação como pré-requisito de programas sociais.

Alckmin participou de uma reunião com especialistas do grupo de trabalho (GT) da saúde no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O vice-presidente eleito classificou a imunização como uma prioridade do novo governo.

"Para se ter uma ideia, apenas 12% das crianças de seis meses a três anos de idade, que devem ser vacinadas contra a Covid, foram imunizadas. Faremos uma campanha nacional para dizer que não há nada mais triste do que perder um filho, uma criança, e que a vacina salva vidas", afirmou o vice-presidente eleito.

A ideia é que a campanha tenha a participação de jogadores de futebol e artistas conhecidos do grande público para ajudar no convencimento da população em aderir à imunização.

"Você teve uma queda de vacinação, não só de Covid, no Brasil inteiro. (...) Há a necessidade, inclusive, de vincular (a vacinação) com outros programas. O Bolsa Família (Auxílio Brasil), deve exigir a carteira de vacinação. A matrícula escolar (tem que) exigir a carteira de vacinação", afirmou Alckmin. Ele ressaltou, no entanto, que o mais importante é atuar no convencimento da população.

O vice-presidente eleito afirmou que o novo governo precisa de um montante adicional de recursos não previsto no orçamento da ordem de R$ 22 bilhões.

"Porque quase não tem recurso para a Farmácia Popular e quem tem doença crônica precisa tomar remédio. A questão da remuneração (a tabela) do SUS, é preciso verificar os casos mais graves para não inviabilizar o atendimento. Há um compromisso do presidente Lula de zerar as filas de especialidades, exames e cirurgias. Prioridade sem orçamento é discurso, precisa ter recurso", disse ele.

Alckmin mencionou que o grupo de trabalho enfatizou ainda a importância da aquisição de vacinas de maneira antecipada, mas não deu mais detalhes. O GT, de acordo com Alckmin, será mantido como um órgão permanente para o recebimento de sugestões e propostas dos especialistas pelo governo.

Participaram da reunião deste domingo Roberto Kalil Filho, professor da USP e médico do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, além de Giovanni Guido Cerri, Miguel Srougi, Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, Fábio Jatene, Claudio Lottenberg, Drauzio Varella, Linamara Battistella e Milton Arruda. José Medina Pestana participou de maneira remota.