Celebração

Festa do Morro da Conceição reúne fiéis nas ladeiras da Zona Norte do Recife

Celebrações tiveram início no último dia 28/11 e seguem até 08/12

Movimentação de fiéis no Morro da Conceição na manhã desta segunda-feira - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Fé, gratidão e esperança são os sentimentos que unem milhares de fiéis anualmente nas ladeiras do bairro de  Casa Amarela para a Festa de Nossa Senhora da Conceição, que este ano está em sua 118° edição. 

A tradicional comemoração teve início em 1904, quando a imagem da santa foi trazida da França para a capital pernambucana. Desde então, a festa, que tem seu ápice no dia 8 de dezembro, feriado municipal em homenagem à santa, reúne devotos buscando pedidos e agradecendo pelas graças alcançadas. 

Na última quinta-feira (1º), a festa foi agraciada com o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, concedido pela Fundarpe. Padre Pedro Luís, responsável pelo Santuário do Morro da Conceição, afirma que a concessão do título é fruto de um trabalho que teve início seis anos atrás.

“É um trabalho que vem de 2016. A coleta de material, pesquisa... Todo um trabalho para chegar ao dia 01/12, quando foi conferido o título. Para nós do santuário é uma responsabilidade a mais, pois precisamos cuidar, zelar e preservar esta festa”, afirmou o pároco. 

Entre os dias 05 a 07/12, a programação conta com missas às 07h, 09h, 11h, 14h e 16h. Já no dia 08/12, as celebrações têm início a partir das 00h e seguem ao longo de todo o dia, com os locais alternando entre a Praça da Conceição e dentro do próprio Santuário de Nossa Senhora da Conceição

Rosa Maria da Silva tem 61 anos e aproveitou as primeiras celebrações do dia para prestar suas homenagens a Nossa Senhora. Ela frequenta a Festa do Morro da Conceição há mais de vinte anos, como forma de agradecer pela graça alcançada quando ela esteve internada por conta de um aneurisma. A promessa feita pela madrinha, Ednalda Maria, de 74 anos, fortaleceu a fé de toda a família no poder da santa. 

“Eu tive um aneurisma cerebral. Ela [dona Ednalda], pediu a santa e a Deus. Eles me ajudaram e há vinte quatro anos estou aqui. Eu e ela, sempre aqui”, afirmou.

Com a busca intensa por artefatos religiosos, a festa também é uma oportunidade para aquecer o comércio local. Chaveiros, fitinhas, velas, imagens, escapulários e ímãs fazem parte da variedade de itens que estão à venda nas barraquinhas que rodeiam o santuário.

Lidiane Guimarães é uma comerciante tradicional na Festa do Morro. Ela afirma que apesar da segunda-feira ter sido de poucas vendas, a expectativa é que a situação melhore com a proximidade do feriado. “Ano passado e esse ano as vendas estão do mesmo jeito, não está grande coisa. Vamos esperar agora os dias 06, 07 e 08”, destacou.