Justiça decreta prisão preventiva de golpista que enganou modelos em hotel cinco estrelas do Rio
Durante audiência de custódia, a juíza Ariadne Vilela Lopes converteu a prisão em flagrante de Matheus Rodrigues Azin pelos crimes de estelionato e corrupção
A juíza Ariadne Vilela Lopes decretou, na tarde desta quinta-feira, durante audiência de custódia na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, a prisão preventiva de Matheus Rodrigues Azin. O rapaz havia sido preso em flagrante pelos crimes de estelionato e corrupção ativa após uma modelo procurar a 9ª DP (Catete) alegando ter sido enganada por ele e tido prejuízos de quase R$ 15 mil durante estadia em um hotel cinco estrelas em Copacabana, na Zona Sul da cidade.
“(…) entendo que a concessão da liberdade provisória ao custodiado resta por vulnerar a ordem pública, bem como expõe à risco concreto a eventual e futura aplicação da lei penal, considerando que o custodiado tentou se furtar à ação da polícia, oferecendo vantagem indevida”, escreveu a magistrada, na decisão.
De acordo com as investigações, na delegacia a vítima contou ela também contou ter começado a se relacionar com Matheus após ser apresentada por um amigo em comum. No dia seguinte, ele pediu que a moça fizesse um PIX de R$ 3.600, alegando que sua conta estava bloqueada. Em seguida, ao comprar um drink no bar do hotel, ele teria visto a senha digitada por ela na máquina. Na mesma noite, efetuou pagamentos com o cartão em pelo menos três estabelecimentos no total de R$ 9.700.
Também em depoimento, a mulher disse que, após tomar café da manhã no hotel no dia 1º de dezembro, foi avisada que Matheus teria ido embora do hotel e precisou pagar R$ 1 mil pelo consumo dele no local. Três dias depois, a vítima disse ter descoberto, pelas redes sociais, que outras mulheres haviam caído em golpe semelhante aplicado pelo rapaz e que ele agiria iludindo cada uma delas, as fazendo acreditar que efetuaria o pagamento dos que era devido.
Como O GLOBO mostrou, Matheus ainda é suspeito de praticar golpes contra outras modelos, um nutricionista e duas agentes de viagem. Titular da 9ª DP e responsável pelo inquérito que levou a prisão do rapaz, o delegado Felipe Santoro explica que a delegacia tem sido contactada por supostas vítimas de vários estados:
— Reforçamos a importância da realização do registro de ocorrência, mesmo que de forma online, para podermos investigar os crimes cometidos e responsabilizá-lo. As pessoas não podem se envergonhar de terem caído em golpes, pelo contrário, elas devem se encorajar para evitar que outras sejam enganadas por alguém que se aproveita da confiança alheia com má-fé para conseguir proveitos financeiros.
Nas redes sociais, Matheus exibe uma rotina de viagens a destinos nacionais e internacionais de ostentação, como Trancoso, na Bahia; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Tulum, no México, e Maldivas. Na Polícia Civil de São Paulo, ele é investigado em pelo menos cinco inquéritos também por estelionato. Ao ser preso no Rio, ele chegou a oferecer R$ 10 mil e um relógio a cada um dos agentes da 9ª DP, sendo indiciado por estelionato e corrupção ativa.