Da euforia à tristeza: torcida vive misto de emoções na derrota do Brasil
A alegria dos torcedores, diante do enredo da partida, deu lugar a momentos de tensão; a derrota foi um balde de água fria na esperança brasileira de conquistar o hexa
O clima de otimismo dos torcedores no Cais da Alfândega, no Bairro do Recife, começou logo cedo. A expectativa pelo jogo contra a Croácia era grande, ontem, pelas quartas de final da Copa do Mundo do Catar. Diante do telão montado pela Prefeitura do Recife, a torcida foi embalada pelo samba da pernambucana Gabi da Pele preta. O enredo da partida, no entanto, trouxe momentos de tensão e culminou com um balde de água fria na esperança brasileira de conquistar o hexa.
Alegria e confiança
Torcendo pelo Brasil, crianças, adultos e idosos reunidos. Pessoas fantasiadas com rostos pintados de verde e amarelo, empunhando bandeiras e até imagens de santos para trazer sorte, pulavam e se divertiam ao lado de bonecos gigantes representando os jogadores da seleção. Nem o Sol do meio dia nem a chuva afastaram o público que vibrou até o fim.
“Vai ser 2x0, com dois gols no segundo tempo! Um de Vini e um de Neymar”, projetou confiante a torcedora Rosilene Soares, 51 anos. O gol de Neymar que ela esperava até saiu. Em uma linda tabela trabalhada com Lucas Paquetá e Rodrygo, o camisa 10 ainda driblou o goleiro antes de marcar. O lance causou uma explosão de alegria na torcida. Parecia mesmo que a seleção avançaria na competição. Para tristeza geral, o gol croata de Petkovic e a derrota nos pênaltis enterrou de vez o sonho do sexto título mundial.
Da esperança à tristeza
A professora Anilda Melo, 62 anos, caprichou na fantasia e esbanjou confiança. No intervalo, mesmo com o melhor desempenho da Croácia, ela acreditava na vitória canarinha. “Vai ser 2x1, vamos ganhar com certeza. Gols de Neymar e Richarlisson. Eu sabia que seria difícil, mas vai dar Brasil”, disse. Depois da derrota brasileira, nos pênaltis, Anilda não se abateu. “Infelizmente o hexa não veio. Mas o Brasil mostrou que nós somos fortes. Nós somos líderes e pentacampeões”, comentou.
O auxiliar de padeiro José Wellington Santos, 29 anos, estava triste após a derrota brasileira. “Infelizmente o Brasilk insistiu, mas só que o time adversário jogou melhor e infelizmente acabou a festa brasileira. Mas a gente não desiste nunca, somos brasileiros”, falou. Após a partida, o samba de Gerlane Lops tentou sacudir a poeira da torcida, que acabou se dispersando do polo.