Copa do Mundo

"Em paz", Tite deixa comando da Seleção Brasileira após eliminação no Catar

Ao longo dos seis anos, treinador teve 80,2% de aproveitamento dirigindo o Brasil

Tite deixou o comando da Seleção Brasileira - NELSON ALMEIDA/ AFP

Chegou ao fim, nesta sexta-feira (9), com a eliminação para a Croácia, o ciclo de Tite sob o comando da Seleção Brasileira. Em fevereiro, o treinador já havia informado que deixaria o cargo de técnico do Brasil após o Mundial. Entretanto, se despediu na entrevista coletiva concedida após o jogo. 

"É uma derrota dolorida, porém estou em paz comigo mesmo. Fim do ciclo. Eu já havia colocado há mais de um ano e meio (que sairia), não sou um cara de duas palavras. Não estava jogando para ganhar e depois fazer drama para ficar. Quem me conhece, sabe", pontuou o treinador. 

Há pouco mais de seis anos no comando do time canarinho, Tite tem excelente aproveitamento na soma dos jogos à frente do Brasil. Entretanto, foi eliminado duas vezes da Copa do Mundo nas quartas de final. Em 2018, revés para a Bélgica, na Rússia, por 2x1. No Catar, empate em 1x1 com os croatas e na sequência eliminação nos pênaltis.

"A Copa anterior foi um processo de recuperação e formação de equipe, e agora teve uma sequência inteira. O desempenho vocês podem fazer a avaliação, está à mostra", seguiu o técnico. 

Aproveitamento

Ao todo, Tite dirigiu a Seleção Brasileira em 81 partidas. Foram 60 vitórias, 15 empates e seis derrotas, com 174 gols marcados e apenas 30 sofridos. Tudo isso para um aproveitamento de 80,2%. Diante dos números, o treinador preferiu não responder se deixa um legado na Amarelinha. 

"O tempo pode responder melhor. A dor, por mais humana, coerente, consciente que eu possa ter, a emoção está aflorada. Não tenho condição de avaliar o trabalho todo. Com o passar do tempo vocês irão fazer esta avaliação. Não tenho essa capacidade agora depois de uma eliminação", enfatizou. 

Recado para a torcida

Mesmo deixando o comando técnico da equipe canarinho, o treinador fez questão de dizer para o povo brasileiro o quanto ficou sentido com o revés sofrido no Oriente Médio. 

"Dividimos a alegria, dividimos a tristeza. Ninguém mais do que nós queríamos dar essa alegria. Estamos sentidos, com nossos familiares, conosco mesmo, e tem uma geração bonita surgindo. Ela vai se fortalecendo nas adversidades, no crescimento. Todos somos responsáveis, não tem hipocrisia de dizer que é só um, não coloquem herói ou vilão. O futebol te permite um chute desviado na única finalização, e o seu goleiro não fazer uma defesa durante o jogo. Eu tenho um respeito muito grande", finalizou.