Uma grande planta que recicla e reutiliza 100% dos seus resíduos; conheça a Stellantis de Goiana
Os resíduos são destinados de forma sustentável. Uma das iniciativas utiliza os resíduos para confecção de itens como bolsas e sandálias
Você sabia que a primeira planta industrial no Nordeste do Brasil a ser aterro zero está localizada em Pernambuco? A fábrica da Stellantis, em Goiana, na Zona da Mata Norte, é um megaempreendimento que já nasceu com esse conceito sustentável, em 2015. Cem por cento dos resíduos gerados no processo produtivo da planta são enviados para a reciclagem e reutilização. Os resíduos são encaminhados para a Ilha Ecológica do Polo, espaço de cerca de 3 mil metros quadrados, onde acontecem os seus gerenciamentos.
Uma das destinações dos resíduos é para a confecção de objetos como bolsas, mochilas, sandálias e case para laptop. Esse é o projeto da Roda, que está completando um ano com aproximadamente sete toneladas de resíduos transformados. Para a confecção dos produtos são utilizados diversos materiais que compõem um veículo, como o cinto de segurança, o couro automotivo, o airbag e a capota marítima.
“A gente preserva as qualidades da matéria-prima e remodela. Fizemos estudo para o desenvolvimento do produto, colocando no resíduo o olhar de matéria-prima. Depois do estudo, a gente efetivamente produziu e prototipou mais de 100 tipos de produtos diferentes. Produzimos um primeiro lote de lançamento do projeto e hoje, uma ano após esse início, temos mais de cinco mil produtos vendidos”, contou Mariana Amazonas, ecodesigner da Roda.
Ao longo desse um ano houve aperfeiçoamento e grande amadurecimento do trabalho dos resíduos para a produção dos objetos. A confecção de novas peças e o domínio da técnica de coloração dos produtos são alguns exemplos de avanço.
“Através do conceito aterro zero nós entendemos que é importante gerar um carro e não produzir resíduos. No projeto com a Roda, os resíduos ainda são voltados para a economia circular”, comentou Danubia Lima, analista ambiental da Stellantis.
Resgate de espécies nativas
Em seu compromisso com a sustentabilidade, a Stellantis de Goiana também desenvolve um programa de biodiversidade. A iniciativa tem como objetivo resgatar e promover a conservação da Mata Atlântica, bioma nativo da região em que está instalado o Polo. No desenvolvimento do programa, foi realizado um mapeamento inédito em parceria com as universidades federais de Pernambuco (UFPE) e Rural de Pernambuco (UFRPE) que, ao longo de 2014, estiveram à frente de um amplo levantamento.
“Em parceria com a UFPE e UFRPE, nós desenvolvemos um estudo histórico de pesquisa e um técnico de campo para catalogar as espécies de plantas da região onde estamos inseridos. O estudo de pesquisa catalogou mais de 600 espécies e o estudo de campo catalogou 179 espécies. Até o momento, nosso programa já conseguiu resgatar cerca de 250 espécies nativas e que são produzidas no nosso viveiro”, contou Danubia Lima.
No início do programa, as mudas de espécies foram compradas para serem desenvolvidas no viveiro da Stellantis. Hoje, 100% das plantas são produzidas no viveiro e, depois de crescidas, são plantadas no corredor ecológico do Polo, em jardins, em espaços públicos da cidade de Goiana, entre outros locais. Já foram mais de 125 mil plantio de mudas no viveiro.
Educação ambiental nas escolas
Em paralelo ao programa de biodiversidade, nasceu uma iniciativa de educação ambiental em escolas públicas de Goiana com o propósito de colaborar para que a educação ambiental seja integrada à rotina escolar.
Através dessa iniciativa, alunos do ensino fundamental e seus professores desenvolvem projetos na escola sobre o tema. Além disso, os professores e gestores recebem capacitação sobre o que é educação ambiental. No projeto, o viveiro da Stellantis se transforma numa sala de aula a céu aberto, com visitas dos grupos das escolas.
Água é reutilizada no processo
As práticas sustentáveis no Polo da Stellantis de Goiana também passam pela gestão hídrica: a planta alcança 99,5% de reuso de água do processo industrial. O Polo possui uma Estação de Tratamento de Efluente responsável por garantir o reuso da água utilizada na produção. São mais de 10 mil litros tratados por hora na estação.