Peru

Protestos contra nova presidente aumentam no Peru; coletivo pede libertação de Castillo

O Congresso, dominado pela direita, anunciou que iria se reunir nesta tarde para analisar a situação

Protestos contra o novo governo do Peru - Ernesto Benavides / AFP

Os protestos contra o novo governo do Peru aumentavam neste domingo no interior do país, com manifestações e a convocação de uma paralisação nacional exigindo a renúncia da presidente Dina Boluarte e a convocação de novas eleições.

As mobilizações cresceram em cidades do norte e sul andinos pelo quarto dia, em rejeição ao Congresso e pedindo a libertação do ex-presidente esquerdista Pedro Castillo, destituído no último dia 7.

Milhares de pessoas se reuniram em Cajamarca, Arequipa, Tacna, Andahuaylas, Huancayo, Cusco e Puno, segundo imagens transmitidas por emissoras de TV locais. Em Andahuaylas, onde os protestos deixaram 16 civis e quatro policiais feridos neste sábado, os confrontos entre manifestantes e policiais foram retomados.

Paralisação por tempo indeterminado

Sindicatos agrários e organizações camponesas e indígenas anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, somando-se aos pedidos de fechamento do Congresso, eleições antecipadas e uma nova Constituição, segundo comunicado da Frente Agrária e Rural do Peru. O coletivo também reivindica a "libertação imediata" de Castillo.

Em Lima, o partido esquerdista Peru Livre convocou uma manifestação para a tarde de hoje na Praça San Martín, epicentro das manifestações políticas no Peru. Lima sempre deu as costas a Castillo, enquanto as regiões andinas se identificaram com ele desde as eleições de 2021.

O Congresso, dominado pela direita, anunciou que iria se reunir nesta tarde para analisar a situação.

"Até agora, a presidente não foi clara sobre a grande questão: estamos em um governo de transição ou estamos diante de uma autoridade que pretende ficar até 2026?", disse à AFP a analista política Giovanna Peñaflor. "Ela deveria ter claro que seu papel é facilitar as novas eleições gerais, e que esse é o caminho que irá augurar que ela tenha alguma estabilidade que permita que o gabinete atual não seja como os anteriores e acabe sendo relegado."