Etanol: geração de energia limpa e de emprego e renda
O Brasil é o segundo maior produtor de etanol, um combustível verde, que produz uma energia limpa e ao mesmo tempo traz ganhos econômicos
Perdendo apenas para os Estados Unidos na produção de etanol, o Brasil está no topo do ranking mundial de geração do combustível verde. Sendo uma das principais alternativas limpas e renováveis, o produto contribui para a renovação da matriz energética, diminuindo a emissão de gases causadores do efeito estufa, e ainda movimenta de forma relevante os negócios no País e cria milhares de empregos.
Prova da importância do combustível é que, segundo a consultoria agrícola Datagro, a produção mundial de etanol cresceu 3,6% em 2021. Boa parte do crescimento é atribuída à expansão da capacidade da Índia, que no ano passado produziu o dobro do volume de 2020, se tornando, dessa forma, o terceiro maior produtor global do biocombustível, atrás dos Estados Unidos e do Brasil. A estimativa para a produção de 2021 da Organização Internacional do Açúcar (OIA), era de 103,9 bilhões de litros.
70 mil empregos
Em Pernambuco, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), Renato Cunha, a safra atual deve movimentar a renda de mais de 60 cidades.
“Devemos esmagar um pouco mais de 14 milhões de toneladas de cana no estado, com previsão de produção de cerca de 1 milhão de toneladas de açúcar e em torno de 394 milhões de litros de etanol. O setor já está processando essas matérias-primas desde o mês de agosto e deve concluir a moagem de 2022/2023 até fevereiro ou março do próximo ano. Essa safra vai incrementar a renda em mais de 60 municípios e gerando por volta de 70 mil empregos diretos”, contou.
De acordo com Renato Cunha, o etanol é uma das principais fontes de energia limpa, visto que a mesma tem uma forte contribuição para a redução do gás carbônico.
Meio ambiente e economia
"O etanol é energia renovável e liquefeita que atua na prevenção de saúde pública, e estimula o transporte veicular de melhor qualidade e absolutamente sustentável. Ele é importante para o futuro, em especial para as novas gerações. A descarbonização da economia, a partir do incremento das fontes renováveis, contribuirá para a mitigação dos gases do efeito estufa, que têm causado desastres naturais, derretimento das calotas polares, aumento do nível do mar e aumento da desertificação”, contou.
Para Renato Cunha, uma das soluções para reduzir o carbono é por meio de uma matriz energética diversificada. “A diversificação da matriz energética, com a ampliação da participação das fontes alternativas, é medida essencial para o equilíbrio e bem-estar do tripé econômico-social-ambiental. A independência energética limpa é um grande diferencial para a sustentabilidade do planeta”, declarou.
Para atingir essas metas e conseguir auxiliar no processo de descarbonização, Renato Cunha aponta que recursos tecnológicos são utilizados para que a atuação seja mais segura.
“A tecnologia no nosso setor é fator de harmonização entre processos que equilibram nossas características socioeconômicas no empreendedorismo histórico do estado. As empresas do segmento estão investindo com grandes esforços em segurança hídrica, irrigação, controles de gestão mais focados em eficiência na economia circular e iniciando a estruturação de plataformas que além do açúcar, etanol e bioeletricidade vão se ramificando em logística, biogás, biometano e hidrogênio verde”, declarou.
Além da própria cana e do etanol, um fator que contribui para geração de novos negócios é o uso da biomassa, a partir do bagaço da cana. Segundo o presidente do Sindaçúcar/PE, o recurso permite que as usinas possam ter uma nova fonte de recursos para renda ou energia.
“Além da cogeração de energia, o excedente é comercializado no ambiente de contratação livre, incrementando as receitas e diversificando o mix de produção. Trata-se, ainda, de fonte renovável, que contribui para a descarbonização da economia, tanto do lado da usina produtora, como do lado do consumidor, que adquire a energia no mercado livre”, disse Renato Cunha.