Energias Renováveis

Fernando de Noronha se torna referência em carbono zero

Com o objetivo de neutralizar a emissão de gases poluentes e fazer da Ilha um exemplo de sustentabilidade, o Programa Noronha Carbono Zero foi criado por meio do Decreto Distrital 003/2019, sancionado pelo governador Paulo Câmara

Usina Solar Fotovoltaica Flutuante de Noronha - Neoenergia Pernambuco/Divulgação

Os esforços para que o uso das energias renováveis seja cada vez mais maior estão sendo desenvolvidos em diversos lugares. Um dos locais que se tornaram exemplo para a iniciativa e estão promovendo amplamente essas energias alternativas é o arquipélago de Fernando de Noronha, sendo uma referência sobre o assunto.

O destaque positivo se dá por conta do Programa Noronha Carbono Zero, que tem o objetivo de neutralizar a emissão de gases poluentes na ilha. O programa foi criado pelo Decreto Distrital 003/2019, em junho de 2019, e tornou-se lei em janeiro de 2020, quando foi sancionada pelo governador Paulo Câmara.

O Noronha Carbono Zero é um dos programas do Governo de Pernambuco que deve contribuir com a meta de neutralizar até o ano de 2050 todas as emissões de Gases de Efeito Estufa produzidos no estado. No arquipélago, a ação pretende tornar a ilha uma referência nacional em sustentabilidade, sendo o primeiro local com carbono neutro do país, antes mesmo da meta estabelecida.

Segundo Guilherme Rocha, que era administrador da Ilha na época de implantação do programa, os benefícios para a população são pensados a médio e longo prazo.

“Quando começamos a gestão em Fernando de Noronha, uma das nossas principais metas era promover ações que fizessem da ilha um exemplo a ser seguido no cuidado com o meio ambiente. O Noronha Carbono Zero foi algo que criamos para livrar a ilha definitivamente dos gases poluentes. Só dessa forma conseguiremos tornar realidade algo de extrema urgência, que é o combate à poluição atmosférica. O Noronha Carbono Zero, através dos carros elétricos, é apenas o início de novas opções sustentáveis para a mobilidade e a matriz energética da ilha”, disse Guilherme.

Entre as ações que contribuem para a redução dos poluentes na ilha está a parceria com a Renault Brasil para a entrada de carros elétricos na ilha, que foram disponibilizados para uso da administração do local.

Hoje Noronha conta com uma frota de 1.200 veículos a combustão, entre carros, motos e caminhões, e para contribuir com a redução dessa frota foram criadas 220 autorizações ecológicas para residentes permanentes, pessoas jurídicas e mistas, liberando o ingresso, a permanência e a circulação dos carros elétricos na ilha.

Medidas para auxiliar
Com a intenção de facilitar a aquisição de carros elétricos, o governador Paulo Câmara anunciou, em abril de 2022, uma linha de financiamento para compra de veículos elétricos, com liberação de crédito de até R$ 500 mil, viabilizado pelo CredAGE Retomada, da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco.

Já no ano de 2021, a Administração da Ilha inaugurou um ecoposto público para o carregamento dos carros elétricos, em parceria com a Renault, a WEG e a Polo. A unidade fica no bairro da Floresta Nova e atende até seis carros ao mesmo tempo. A recarga dos automóveis é feita à base de energia solar, através das placas fotovoltaicas em sua cobertura. No local também foram instalados outros cinco pontos para carregamento de carros elétricos: no Sueste, no Conselho Distrital, na Celpe e no Palácio de São Miguel, sede da Administração.

Usinas e ecopostos
O Grupo Neoenergia também desenvolveu ações no arquipélago. Por meio de parceria com o governo do Estado foram criados programas para a ampliar a captação e uso de energia limpa em Noronha. Entre os objetivos, estão a criação de duas usinas solares, com capacidade de geração fotovoltaica de 50kwp cada, além de mais 12 ecopostos, aumentando a capacidade de atendimento da frota elétrica. O projeto também garantiu mais 18 carros elétricos para uso da Celpe, Administração e outras instituições que atuam na ilha.

Para promover ainda mais a mobilidade ambientalmente correta no arquipélago, o projeto também contempla a instalação de quatro estações com placas solares para o carregamento de bicicletas elétricas. Cada estação é equipada com seis conexões, totalizando 24 pontos de carregamento, além de duas tomadas comuns para recarregar outros modelos de equipamentos.