Ventos fortes nas usinas eólicas contra o aquecimento global
No Brasil, a energia eólica já atingiu a marca de 23,34 GW de capacidade instalada, oriunda de usinas onshore (instaladas em terra). Grande expectativa agora é quanto ao potencial da geração offshore (em alto mar)
O Brasil foi apresentado durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27) como um dos países com grande potencial na produção de energia limpa obtida por meio da geração eólica offshore. Essa energia que é captada a partir do vento, sendo feita em alto mar, tem forte potencial para que o País tenha como contribuir contra o combate ao aquecimento global.
Devido às condições climáticas e territoriais, a produção eólica offshore apresenta um grande potencial de geração elétrica e pode dar início a uma nova era para o país na geração de energia limpa. O potencial na offshore leva em conta a capacidade que o Brasil tem na eólica tradicional. De acordo com o Global Wind Energy Council, o Brasil passou a ocupar a sexta posição no Ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore em 2021 e é o terceiro país que mais instalou usinas eólicas no mundo.
Segunda no ranking
No Brasil, a energia eólica já atingiu a marca de 23,34 GW de capacidade instalada. A fonte ocupa a segunda posição no ranking da matriz elétrica brasileira, atrás somente da hídrica, com 103,2 GW.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, são 805 parques instalados no Brasil, sendo 708 deles no Nordeste, com mais de 8.200 torres instaladas na região, distribuídos entre os estados de Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Sergipe.
De acordo com a diretora de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Marina Rossi, com uma regulamentação correta, a eólica offshore pode contribuir ainda mais com o desenvolvimento. “Nosso objetivo é prezar pela segurança desse investimento, para que ele tenha efetividade em promover o crescimento econômico, sempre prezando por regras claras e segurança jurídica, mas tudo isso sem que a gente possa abrir mão da celeridade e desburocratização para implantação de sistemas desse porte”, contou Rossi.
Expectativa do setor
Presente entre os setores que mais empregam no segmento de energia, a eólica offshore é uma das alternativas sustentáveis que mais tem potencial, podendo gerar 700 mil MW no País. A projeção é de que a cada MW de energia gerada, cerca de 17 postos de trabalho ao longo de 25 anos de vida útil de um projeto.
Já em terra firme, na energia eólica convencional, a cada MW instalado 11,7 empregos podem ser gerados. Existe a expectativa de que nos próximos dez anos, o setor acrescente no mínimo 3 mil novos MW por ano (em 2022, serão 5 mil MW), de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). A medida assegura que cerca de 35 mil novos postos de trabalho anuais sejam gerados no País.