CAÇADORES DE ASTEROIDE

Jovem nordestino descobre asteroide e ganha medalha de ouro em programa da NASA

Rapaz conquistou a honraria ao participar do programa "Caça aos Asteroides"

Paulo Castro Filho, de 17 anos, é aluno do Colégio Motivo Petrolina, no Sertão de Pernambuco - Cortesia

Um estudante do ensino médio ganhou uma medalha de ouro da NASA ao identificar um possível novo asteroide. Paulo Castro Filho, de 17 anos, é aluno do  Colégio Motivo Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e conquistou a honraria ao participar do programa “Caça aos Asteroides”, uma parceria do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) com a Agência Espacial Americana. 

O rapaz, natural da cidade de Remanso, no interior da Bahia, mudou-se para o Estado com a família para acompanhar a irmã, que começou a trabalhar na capital do Sertão. “Conhecia alguns amigos que já tinham participado e me interessei. É um trabalho feito em equipe, e a minha contava com 10 pessoas”, explica Paulo. 

A conquista de Paulo Filho foi celebrada em Brasília, durante a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, organizada pelo MCTI, realizada entre os dias 28 de novembro e 4 de dezembro.

“Eles [os responsáveis pelo programa] mandam imagens tiradas do céu para a gente caçar os asteroides. Tem algumas técnicas que você usa para encontrar movimentações rápidas como o uso de infravermelho, entre outras coisas”. 

Após a descoberta, o estudo do jovem e sua equipe é enviado para os especialistas do MCTI e, ao ser aprovado, é entregue à Minor Planet Center - organização estadunidense de astrofísica, que reconhece a descoberta e vai analisar, durante 3 a 5 anos, sua órbita.

Por fim, é solicitado que quem descobriu o corpo celeste o nomeie. 

Paulo Castro Filho, de 17 anos, é aluno do  Colégio Motivo Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Foto: Cortesia

“Eu estava pensando em homenagem alguém da família, minha namorada talvez, mas ainda está em aberto”, revela o jovem.

Paulo também diz que, apesar de ter ficado muito empolgado com a descoberta, não pensa em seguir na área de astrofísica. “Desde que nasci, eu sonho em ser astrofísico. Mas, infelizmente, acredito que não vou seguir na área porque o mercado não ajuda muito. Falta muito incentivo para os astrônomos brasileiros seguirem na área”, desabafa.

“É incrível como a gente vive num país que não prioriza a ciência e educação e, mesmo assim, que tem projetos para estimular isso. Essas conquistas me deixam pensando ‘nossa, imagina se eu seguisse na área, mas acho que vou focar em cursar Ciência da Computação”, finaliza.