Ministro tenta transferir autoria de vandalismo a adeptos da 'black bloc' e é criticado no Twitter
Ciro Nogueira, da Casa Civil, sustentou sua tese afirmando que nunca aconteceram ataques dessa natureza no governo Bolsonaro
Depois da teoria, que não se sustentou, de que manifestantes que depredaram patrimônios públicos e privados, na última segunda-feira (12), em Brasília, seriam petistas infiltrados no grupo que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL), outra teoria conspiratória surgiu hoje. Desta vez, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).
O ministrou usou a rede social Twitter para insinuar que os manifestantes golpistas que provocaram violência em Brasília seriam adeptos da tática de guerrilha urbana conhecida como ‘black bloc’. Eles teriam se infiltrado entre os manifestantes para promover badernas e fazer com que a culpa recaísse sobre os bolsonaristas.
“Eles têm cara de Black Blocs, jeito de Black Blocs, fúria de Black Blocs, cheiro de Black Blocs e violência dos Black Blocs, que não existiram durante todo o governo Bolsonaro. Será coincidência ou a volta deles?”, postou o ministro.
Não demorou para que a nova teoria conspiracionista de Nogueira fosse capitalizada por integrantes da extrema-direita para tentar afastar a própria responsabilidade pelos atentados na capital federal. Pouco tempo depois, no entanto, começaram a aparecer comentários dos seguidores criticando, com sarcasmo, a teoria do ministro.
“Tenha brio e responsabilidade, ministro. O senhor ocupa um cargo público. Não veio aqui falar nem cobrar autoridades para dar fim ao caos de ontem. E agora aparece para fazer ilações. Cadê sua honra?”, reclamou uma internauta.
“Eles têm cara de milicianos, jeito de milicianos, cheiro de milicianos e violência de milicianos que não existirá durante toda a democracia brasileira. Será coincidência ou a volta do autoritarismo?”, ironizou outro seguidor.
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou que uma parcela dos autores dos ataques de vandalismo faz parte de um acampamento que se alojou em frente ao Quartel General do Exército.
"Parte desses manifestantes, a gente não pode garantir que são todos que estejam lá porque alguns podem residir inclusive na cidade e em outros locais, mas parte realmente estava no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado", declarou Danilo ao Estadão Conteúdo.
Desde a derrota do presidente Bolsonaro para Lula, apoiadores do atual governo tem acampado no local e em outros prédios vinculados aos militares em diversas cidades do País.
Sem aceitar a vitória do petista, apoiadores radicais do atual presidente insistem em pedir um golpe das Forças Armadas para impedir que o petista assuma o governo.