Meio ambiente

Incêndio florestal avança no extremo sul da Argentina

Até este momento, não há notícias sobre vítimas, e os danos se concentram na vegetação e na fauna nativa

Chamas de um grande incêndio florestal são vistas da Rota 40, a cerca de 12 km de Paraje Villegas e 60 km ao sul de Bariloche, província de Rio Negro, Argentina, em 13 de janeiro de 2022 - Francisco Ramos Mejia / AFP

Cerca de 7 mil hectares de florestas foram alcançados por um incêndio que começou em 30 de novembro na província da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina, onde as chamas continuam ativas e avançando, reportaram as autoridades nesta terça-feira (13).

O foco principal está dentro da Reserva Natural Corazón de la Isla, um pulmão verde sem centros urbanos e com exemplares de árvores nativas de mais de 40 metros de altura, situada 3 mil km ao sul de Buenos Aires.

"É um incêndio bastante complexo em um lugar de difícil acesso, onde os ventos mudam constantemente. São 7 mil hectares afetados", disse o governador da Terra do Fogo, Gustavo Melella, ao reportar a situação em uma entrevista coletiva.

Dois helicópteros e três aviões hidrantes trabalham para extinguir as chamas juntamente com cerca de 85 brigadistas.

Até este momento, não há notícias sobre vítimas, e os danos se concentram na vegetação e na fauna nativa, na qual se destacam populações de guanacos e de raposas-coloradas.

Funcionários do Plano Nacional de Manejo do Fogo estão cavando valas e colocando montes de terra para evitar que as chamas avancem para áreas com populações rurais.

"Foram feitos aceiros imensos e, com o vento que há, [o fogo] consegue superá-los", explicou Melella.

Por outro lado, a Justiça está investigando as causas do incêndio.

"Já está individualizado o lugar onde teria começado o incêndio", explicou à rádio FM del Pueblo o juiz encarregado do caso, Silvio Pellegrino. Segundo as primeiras informações, "foi um fogo mal apagado que ganhou força com as lengas", uma árvore nativa da região.

A seca do verão austral e os ventos fortes dos últimos dias na província mais ao sul do país, dificultaram os trabalhos dos brigadistas e frustraram várias tentativas de apagar os focos do alto.

O serviço meteorológico não prevê chuvas para os próximos dias, mas acrescentou que os ventos fortes devem continuar na região.