BRASÍLIA

Aliados de Lula ligam alerta após vandalismo, mas segurança para posse não deve ser alterada

Avaliação inicial é que, apesar de estragos pela cidade, bolsonaristas não chegaram nem perto de ameaçar o presidente eleito

Luiz Inácio Lula da Silva - Evaristo Sá/AFP

Apesar da escalada de violência de manifestantes bolsonaristas na segunda-feira (12), quando atearam fogos em carros e ônibus em Brasília, os atos de vandalismo não devem alterar o esquema de segurança planejado para a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo policiais ouvidos pelo Globo.

O entorno do petista, porém, demonstra preocupação com um eventual recrudescimento dos protestos nos próximos dias, principalmente pelo fato de ninguém ter sido preso ou responsabilizado pelas forças de segurança.

Na equipe responsável pela segurança do presidente eleito, a avaliação inicial é que embora a ação antidemocrática de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha causado estragos pela cidade, ninguém chegou perto de Lula ou ameaçou sua segurança.
 

O argumento é que, na mesma segunda-feira, o presidente eleito se deslocou por vários locais de Brasília sem qualquer problema de segurança. No hotel, embora um pequeno grupo de manifestantes tenha tentado se aproximar, não chegou nem perto de invadir. No momento em que apoiadores de Bolsonaro iniciou o confronto com policiais, a cerca de 2k de onde Lula está hospedado, a segurança no hotel foi reforçada com integrantes da tropa de choque da PM e policiais federais.

— Em nenhum momento Lula teve sua integridade física ameaçada. Temos que valorizar isso, esses grupos extremistas são cada vez menores — afirmou o futuro ministro Jurtiça e Segura Pública, Flávio Dino, na tarde desta terça- feira. Ele completou: — Vamos fazer a maior posse presidencial do Brasil em 1º de janeiro de 2023, com música, cultura e arte. Não há o que temer.
 

Entre integrantes da equipe que faz a segurança de Lula, a ideia é manter o esquema de segurança que vem dando certo desde o início da campanha eleitoral. A avaliação é que o planejamento é “dinâmico”, pode variar até o dia da posse, mas não há previsão, por exemplo, de aumento de efetivo de policiais.

O cálculo dos coordenadores da segurança do presidente eleito é que cada chefe de estado que virá para posse terá, pelo menos, dez policiais, o que naturalmente já ampliará o efetivo, além de agentes infiltrados. Isso, sem contar com todo o esquema de segurança que já será montado para que Lula possa subir a rampa do Palácio do Planalto.

Até o dia 31 de dezembro, a equipe de segurança será chefiada pelo delegado Andrei Rodrigues, escolhido para ser diretor-geral da Polícia Federal no futuro governo. Depois da posse, quem assume a função é o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Na transição, há expectativa que a Polícia Federal abra inquérito para investigar os atos de vandalismo e que os responsáveis sejam presos.

— Aquilo que nos cabe fazer agora, está sendo feito. Temos feito na Polícia Federal as representações cabíveis nesse momento. Em 1 de janeiro, aquilo que não foi feito nesses 15 e 20 dias, será feito. Todas as pessoas estão sendo identificação e todos os inquéritos cabíveis serão feitos. Crimes políticos são de providência federal — afirmou Dino.