Transição

Lula só deve voltar a anunciar ministros políticos depois da votação da PEC, dizem aliados

Os ministros indicados para as pastas consideradas mais técnicas seriam anunciados até a próxima sexta-feira (16)

Petista quer ganhar tempo para desatar nós e aparar arestas entre aliados que disputam ministérios - Sérgio Lima/AFP

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem confidenciando a aliados mais próximos que deve adiar o anúncio final da equipe ministerial para às vésperas do Natal. O Os motivos seriam a votação da chamada PEC da Transição e as costuras políticas que ainda precisam ser feitas. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Com o adiamento, o petista ganha tempo para “desatar nós e aparar arestas entre aliados na disputa por assentos na Esplanada”, além dos desentendimentos que estão ocorrendo dentro do próprio PT.

A divulgação dos nomes dos ministros políticos, inclusive aqueles que integram partidos aliados, ficaria para depois que a PEC fosse votada. A ideia é medir a força dele no Congresso e o grau de fidelidade dos partidos que brigam por espaço no novo governo.

Já os ministros para pastas consideradas mais técnicas seriam anunciados até a próxima sexta-feira (16), segundo aliados. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, nome  cotado para o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, terá reunião com Lula, que viaja na noite desta quarta-feira (14) a São Paulo.

O coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares), Raimundo Bonfim, que se reuniu com Lula na terça-feira (13), afirmou que o presidente eleito sinalizou que o desenho do primeiro escalão só estará concluído dentro de dez dias.

Lula disse a Bonfim que está certo de que o futuro secretário-geral da presidência, cargo que tem status de ministro, deve não só ser da confiança dele como também ter o apoio dos movimentos sociais.

Pelo menos quatro nomes estão cotados para o cargo: os deputados Márcio Macedo e Emídio Souza; e o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas. O secretário-geral do partido, Paulo Teixeira (SP), foi o nome proposto pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

Entre os nomes de mulheres que devem entrar na composição da equipe ministerial, cogita-se o da governadora do Ceará, Izolda Cela, para a pasta da Educação. Alguns passos nesse sentido foram dados numa reunião que Lula fez, na manhã de segunda-feira (12), com membros do PT cearense.

A indicação de Izolda, no entanto, não é consensual dentro da bancada do Ceará. A palavra do ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT), que é cotado para a pasta das Cidades ou do Planejamento, terá um peso relevante na escolha do representante do estado no novo governo.