Flávio Dino diz que houve demora na ação da polícia do DF contra atos de vandalismo
Futuro ministro da Justiça declarou que a "lentidão na resposta" das forças de segurança levou à ampliação do vandalismo no protesto bolsonarista ocorrido em Brasília
O futuro ministro da Justiça Flávio Dino afirmou nesta quarta-feira (14) que houve "demora" na ação das forças de segurança do Distrito Federal para conter os atos violentos que aconteceram na segunda-feira (12), em Brasília.
– A mobilização só adquiriu o tamanho depois de algumas horas. Foi a lentidão na resposta que conduziu a uma situação que era fácil de ser controlada e demorou – disse Dino no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
– Eu não posso classificar como negligência. O que eu posso afirmar é que infelizmente houve uma demora na atuação entre o início da ocorrência dos fatos e a ampliação da resposta com a proporcionalidade necessária – acrescentou ele.
Na noite de segunda-feira, Dino convocou uma coletiva junto com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Julio Danilo, para dizer que a situação estava controlada e que os vândalos seriam responsabilizados. Na ocasião, ele chegou até a fazer um agradecimento ao governador Ibaneis Rocha, chefe das forças de segurança do DF.
– Estamos trabalhando há algumas semanas em parceria com o governo do Distrito Federal e quero agradecer ao governador Ibaneis – disse ele.
Nesta segunda, ele voltou a elogiar o trabalho do "alto escalão do governo do DF", que, segundo ele, "desde o primeiro contato que fiz teve plena compressão da gravidade da situação". Mas acrescentou que o próprio governo deve estar "perquirindo" os comandantes das forças de segurança "sobre a lentidão".
Na noite de segunda, um grupo de manifestantes bolsonaristas tentou invadir a sede da Polícia Federal, incendiou e depredou ônibus e carros que estavam estacionados, e apedrejou uma delegacia no setor hoteleiro norte.
O quebra quebra começou após a Polícia Federal prender o indígena Serere Xavante por envolvimento nos atos antidemocráticos. A detenção foi pedida pela Procuradoria-Geral da República e decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Dino também fez questão de enfatizar que a prisão em flagrante é um dever das forças de segurança - apesar das cenas de depredação do patrimônio público e privado, nenhum manifestante foi preso. A Polícia Militar reagiu aos ataques com bombas de gás lacrimogêneo.
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O futuro ministro da Justiça anunciou quem será o seu número 2 na pasta - o jornalista Ricardo Capelli, que assumirá o posto de secretário-executivo da Justiça. Capelli foi secretário de Comunicação de Dino quando ele era governador do Maranhão.
Dino também informou que Marivaldo Pereira assumirá a Secretaria de Acesso à Justiça, posto que fará interlocução com movimentos sociais e será criado na nova administração federal. Pereira foi secretário-executivo e de Segurança Pública do Ministério da Justiça no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.