PF cumpre 81 mandados contra envolvidos em atos golpistas a pedido de Alexandre de Moraes
Operação, que ocorre no âmbito do inquérito das fake news, engloba pessoas de sete estados brasileiros
A Polícia Federal (PF) está cumprindo na manhã desta quinta-feira (15) 81 mandados de busca e apreensão, que incluem quebra de sigilo bancário e o bloqueio de contas bancárias de dezenas de empresários alvos da operação, contra envolvidos em manifestações antidemocráticas em em sete estados. A informação da operação foi dada primeiro pelo jornal Folha de S.Paulo.
Os mandados, que ocorrem no âmbito do inquérito das fake news, foram determinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os mandados são cumpridos no Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
A força-tarefa da PF inclui como alvos pessoas que participaram dos bloqueios em rodovias e manifestações em quartéis, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A operação é considerada como a maior já realizada contra os financiadores de atos antidemocráticos.
Na última quarta-feira (14), o ministro Alexandre de Moraes afirmou que ainda há muita gente para ser presa, depois de ouvir de Dias Toffoli, seu colega de Corte, um comentário sobre as quase mil prisões e multas aplicadas nos Estados Unidos em decorrência do ataque ao Capitólio, em 2021, e da divulgação de fake news.
Apoiadores do presidente Bolsonaro não aceitam resultado das eleições. Desde a divulgação do resultado oficial do segundo turno, bolsonaristas se recusam a aceitar a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fazem atos em estradas e quarteis.
A gota d’água foi na última segunda-feira (12), um grupo de bolsonaristas queimou carros, ônibus após a tentativa frustrada de invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília.
A confusão ocorreu após prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, que apoia Bolsonaro e no mesmo dia da diplomação de Lula. Depois dos atos de vandalismo, descobriu-se que Xavante é pastor, mora em Campinápolis (MT), onde já concorreu a prefeito e também foi preso e condenado por tráfico de drogas.
A pedido da Procuradoria Geral da República, o STF havia determinado a prisão dele por participar de "manifestações de cunho antidemocrático" nas imediações do Congresso, no Aeroporto Internacional de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde estão hospedados Lula e o vice Geraldo Alckmin (PSB). A PF, então, o prendeu, o que resultou nos atos de vandalismo dos apoiadores de Bolsonaro.