Coronavírus

Procura por vacina contra Covid para bebês é baixa em Pernambuco: apenas 1,3% recebeu a 1ª dose

Imunizante Pfizer Baby está disponível para o público há mais de um mês, mas avanço é lento

Vacina Pfizer Baby, aprovada para uso entre crianças de 6 meses a 2 anos no Brasil - Divulgação/Prefeitura de Petrolina

Pouco mais de 4 mil crianças de 6 meses a 2 anos receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Pernambuco desde que a imunização para essa faixa etária foi aprovada, em 10 de novembro. O índice corresponde a apenas 1,29% da população, estimada em 330.427, segundo o Governo do Estado.

Logo após a autorização da vacinação de bebês, Pernambuco recebeu um lote com 47 mil vacinas Pfizer Baby - a única aprovada para aplicação nesse público. Ou seja, com 4.254 aplicações até aqui, sequer 10% das doses foram administradas pelos municípios.

Vale lembrar que, inicialmente, apenas os bebês de 6 meses a 2 anos com comorbidades podiam tomar a vacina, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). No entanto, o público foi ampliado para bebês de 6 meses a 11 meses sem comorbidades. 

Entre as comorbidades elencadas pelo Ministério da Saúde para a vacinação estão: diabetes, hipertensão arterial e pulmonar, doenças cardiovasculares, doenças neurológicas crônicas, doença renal, imunocomprometidos, obesidade (IMC >40), síndrome de Down, hemoglobinopatias graves e cirrose hepática. 

"Precisamos chamar atenção dos pais e responsáveis destes pequenos para a importância da vacinação. Eles estão perdendo a oportunidade de proteger seus bebês contra formas graves da doença", afirmou o secretário estadual de Saúde, André Longo, na última atualização de calendário feita pelo Estado. 

A imunização é administrada em três doses, sendo as duas primeiras com intervalo de 21 dias, seguidas por uma terceira dose que deve ser administrada pelo menos oito semanas após a segunda dose. A Pfizer Baby possui um frasco com a tampa na cor vinho e é diferente dos demais imunizantes do laboratório.

A SES-PE reconhece a "baixa procura" pelo imunizante, apesar do histórico de altos índices de cobertura entre o público pediátrico em outras campanhas de imunização. 

"[A secretaria] vem reforçando junto ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e Comissões Intergestores Bipartites (CIB), a necessidade de estratégias que oportunizem o acesso à vacinação, tanto para o início de novos esquemas vacinais como também para a conclusão da imunização, que neste momento é feito com a aplicação de três doses", diz a SES-PE. 

Entre as iniciativas desempenhadas pelos municípios, elenca a SES-PE, estão a vacinação porta a porta, escolas e em locais de grande circulação de público como feiras livres, praças, terminais de ônibus.

Nos últimos dias, dois bebês nessa faixa etária morreram vítimas da doença no Estado. O primeiro foi um bebê de 11 meses morador de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado, cuja morte ocorreu no dia 23 de novembro. Já o segundo foi em 28 de novembro: um bebê de oito meses residente em Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Esta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez um alerta sobre o panorama da doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2 entre crianças no Brasil. Segundo levantamento da instituição, o Brasil registra uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos em 2022. No total, foram 314 óbitos nessa faixa etária no período. 

"Com vacinas disponíveis, podemos considerar a Covid-19 uma doença imunoprevenível. Isso significa que essas mortes podem ser evitadas com uma política pública de vacinação em massa", afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.

População
Atualmente, de acordo com a SES-PE, o Estado possui cerca de 330 mil crianças nesta faixa etária, levando em conta as que possuem ou não algum tipo de comorbidade. Sendo, 64.235 bebês de 6 a 11 meses; 128.470 crianças de até 1 ano de idade; e 137.673 crianças de até 2 anos de idade.