Universidade de Cambridge vai devolver mais de 100 bronzes do Benin à Nigéria
Movimento de devolução de artefatos históricos tomados durante o colonialismo cresce
A Universidade de Cambridge vai devolver mais de cem itens do reino do Benin à Nigéria. A maioria desses artefatos é de latão, mas há peças de marfim e de madeira na coleção - os objetos foram levados pelo Exército Britânico depois do saque ao reino do Benin, em 1897. A mesma universidade já tinha devolvido um bronze à Nigéria em outubro de 2021.
De acordo com um porta-voz de Cambridge ouvido pelo jornal britânico The Guardian, "Uma comissão considerou e aprovou o retorno de 116 objetos históricos, conhecidos como 'os bronzes do Benin', do Museu de Arqueologia e Antropologia da universidade para a Comissão Nacional de Museus e Monumentos da Nigéria."
Alguns desses artefatos, no entanto, continuarão em Cambridge em um "empréstimo de longo prazo". Isso, segundo a porta-voz da universidade, assegurará que civilizações do Oeste do continente africano continuarão representadas no acervo do museu e também para grupos de alunos.
As peças que estão na Universidade de Cambridge foram tiradas do território nigeriano em 1897, quando o exército britânico saqueou o reino do Benin, queimando o palácio e exilando o "oba", o rei. Depois disso, milhares de peças conhecidas como "bronzes do Benin", foram levadas para Londres, onde foram vendidas para ajudar a saldar os custos da missão militar.
Esses objetos, hoje, estão espalhados em museus no Reino Unido, na Europa e nos EUA. Há décadas países de origem tentam reaver objetos históricos levados ilegalmente de seus territórios.
Em julho, a Alemanha devolveu dois bronzes e colocou mil objetos de seus museus sob propriedade da Nigéria. A Smithsonian devolveu 20 bronzes de Benin. O Museu Horniman, em Londres, também devolveu bronzes do Benin à Nigéria; Já a Universidade de Aberdeen, na Escócia, devolveu um bronze.