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Paraguai elege seus candidatos presidenciais nas primárias

Eleitores paraguaios devem escolher o próximo presidente em abril de 2023

Paraguai elege seus candidatos presidenciais nas primárias - Norberto Duarte / AFP

O veterano político liberal Efraín Alegre, por uma coligação de oposição, e o jovem economista Santiago Peña, do Partido Colorado no poder, foram escolhidos neste domingo (18) para disputar as eleições presidenciais de 30 de abril de 2023.

Os colorados, que governam o país quase ininterruptamente desde a instauração da democracia em 1989, escolheram Peña com 51% dos votos.

Na Concertação Nacional, que reúne vários grupos políticos em torno do Partido Liberal (principal minoria parlamentar), Alegre foi o escolhido para ser candidato com 60% dos votos.

Tanto Alegre (59 anos) quanto Peña (44 anos) iniciaram as campanhas com grandes possibilidades de suceder ao atual chefe de Estado, Mario Abdo Benítez, que terminará seu mandato de cinco anos em 15 de agosto de 2023.

"Queremos trabalhar com todos para que o Partido Colorado continue a governar a República", disse Peña, herdeiro político do ex-presidente Horacio Cartes, um rico empresário da indústria do tabaco.

"Vamos ser magnânimos e vamos abraçar todos os colorados", disse Cartes em mensagem de união dirigida a Abdo, seu arquirrival no partido.

"Respeitamos e aceitamos a vontade expressa nas urnas", declarou o presidente Abdo em um tuíte.

A oposição marcou em seu discurso a intenção de acabar com a hegemonia vermelha, cor do colorados.

"Em abril, os paraguaios têm duas opções, ou votam em um narcoestado, com corruptos, lavadores de dinheiro ligados ao crime organizado, ou votam por um país limpo, o país que queremos", afirmou Carlos Filizzola, porta-voz da Concertação.

Uma referência ao ex-presidente Cartes, sancionado este ano pelos Estados Unidos, que acusam o ex-presidente de ser "significativamente corrupto", bem como o atual vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez.

Cerca de 4,8 milhões de eleitores, de uma população de 7,5 milhões, devem escolher nas eleições do ano que vem, além de presidente e vice-presidente, senadores, deputados, governadores e vereadores.

Com uma pobreza que atinge 27% da população e fortes desigualdades sociais, o Paraguai, no entanto, teve um crescimento de 4,2% do Produto Interno Bruto em 2021 e mantém sua taxa de inflação em menos de dois dígitos (8,3% anual até novembro).