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Luxo em alta: Christie's e Sotheby's ignoram guerra e inflação e batem recorde de vendas

Novos colecionadores representaram mais de um terço das vendas do setor. "Millennials" estão entre os maiores interessados nos leilões

Novos colecionadores representaram mais de um terço das vendas do setor - Reprodução

A casa de leilões Cristie's anunciou um recorde de US$ 8,4 bilhões em vendas em 2022, assim como a concorrente Sotheby's, que atingiu a máxima de US$ 8 bilhões. Com essa cifra, a Christie's superou os US$ 7,1 bilhões de 2021, após o retrocesso de 2020 devido à pandemia, que impediu a realização dos leilões com normalidade.

Para o CEO da Christie's, Guillaume Cerutti, isso se explica, "apesar de um macroambiente difícil" devido à guerra na Ucrânia e à inflação elevada, "pela resiliência dos mercados de arte e luxo e o sucesso notável de várias coleções de arte importantes, incluindo a venda inesquecível da de Paul Allen", que leva o nome do cofundador da Microsoft, que morreu em 2018.

Em 2022, os compradores das Américas do Norte e do Sul aumentaram (40% em valor contra uma alta 35% em 2021) e os da Ásia/Pacífico diminuíram (de 31% para 26%). Mas "os compradores asiáticos foram absolutamente cruciais para o resultado" da coleção Allen, relativizou o CEO da empresa, controlada pela holding Artémis, do multimilionário francês François Pinault.

Segundo a Christie's, os bons números vêm impulsionados "por uma nova geração de colecionadores: 35% dos compradores de 2022 eram novos. Desses estreantes, 34% eram os chamados millennials (nascidos nas décadas de 1980 e 1990)".

A casa de leilões acrescentou que a região Ásia/Pacífico tem a base de novos colecionadores de crescimento mais rápido". Cerutti esclareceu que os automóveis e imóveis não estavam incluídos nesses resultados.

Com vendas menos grandiosas, a Sotheby's, do multimilionário franco-israelense Patrick Drahi, anunciou na semana passada projeções de um recorde de vendas de US$ 8 bilhões (US$ 7,3 bilhões em 2021), incluindo vendas de obras de arte e artigos de luxo, mas também residências e carros antigos.

A Sotheby's também observou que sua base de clientes na Ásia está "crescendo rapidamente" e que os colecionadores estão "gastando mais por pessoa em média".