Argélia se opõe a teto europeu para preço do gás
Membros da UE aproaram mecanismo temporário para limitar os preços do gás natural; Medida deverá ficar em vigor por um ano
A Argélia, maior exportador de gás da África, manifestou nesta terça-feira (20) seu repúdio ao mecanismo temporário elaborado pela União Europeia para limitar o preço máximo do gás natural.
"A Argélia não apoia a ideia de colocar um teto nos preços", declarou o ministro de Minas e Energia, Mohamed Arkab, citado pela agência oficial APS, durante uma conferência com a Alemanha sobre questões energéticas.
"A Argélia é considerada um fornecedor confiável e seguro para a Europa e estamos em perfeito acordo com nossos parceiros europeus sobre os preços a longo prazo", acrescentou o ministro.
Os Estados membros da UE aprovaram nesta segunda-feira (20) um mecanismo temporário para limitar os preços do gás natural. O dispositivo, que deve entrar em vigor em 15 de fevereiro, por um período de um ano, bloqueia as transações nos mercados quando o preço do contrato mensal para entrega no mês seguinte atingir 180 euros por MW/h por três dias consecutivos.
Outra condição para a ativação do mecanismo é que o preço naquele momento seja pelo menos 35 euros superior ao preço internacional do gás natural liquefeito. O objetivo da medida europeia é impedir uma disparada dos preços que prejudique as empresas e os consumidores.
A Argélia é o maior exportador africano de gás natural e o sétimo no mundo. Antes da invasão russa à Ucrânia, a Argélia, cujas reservas de gás natural chegam a quase 2,4 trilhões de m³, fornecia 11% do gás consumido na Europa. A Rússia fornecia 47%.
Vários países europeus, ávidos por reduzir a dependência de gás russo, esforçaram-se para buscar uma aproximação com a Argélia, especialmente a Itália.