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"Olhar Indiscreto": Débora Nascimento e Emanuelle Araujo falam sobre preparação para cenas de sexo

Minissérie brasileira da Netflix estreia no dia 1º de janeiro de 2023

Minissérie "Olhar Indiscreto", da Netflix - Divulgação/Netflix

A Netflix estreia na virada do ano uma nova produção brasileira que promete dar o que falar. “Olhar Indiscreto” estreia à 0h do dia 1º de janeiro, cheio de suspense e altas doses de erotismo. A plataforma de streaming chegou a anunciar a criação de um Melhores Amigos em sua página no Instagram, para compartilhar algumas das cenas mais quentes do lançamento somente com os seguidores maiores de idade.  
 


Criada e escrita pela argentina Marcela Citterio, a minissérie foi adaptada no Brasil por Camila Raffanti. A trama acompanha a vida de Miranda (Débora Nascimento), uma hacker e voyeur incontrolável. Ela espia todos os dias sua vizinha Cléo (Emanuelle Araujo), uma prostituta de luxo que mora no prédio em frente ao seu.

A rotina da jovem bisbilhoteira muda quando a garota de programa bate à porta e pede que ela cuide de seu cachorro enquanto viaja com um cliente. A partir desse pedido, a hacker se envolve em um perigoso triângulo amoroso, que mudará os rumos da sua vida, colocando em prática seus desejos sexuais mais íntimos.
 

Para as gravações das cenas com nudez ou conteúdo íntimo, a Netflix contratou pela primeira vez em uma produção da América Latina uma coordenadora de intimidade. As orientações da atriz e dramaturga norte-americana Barbara Harrington dentro e fora do set serviram para proteger o elenco de possíveis situações de constrangimento ou assédio.

“A Barbara nos ajudou no preparo específico para essas cenas, dando atenção não só às cenas em si, mas ao bem-estar de toda a equipe. Foi uma troca muito de olho no olho, assim como a troca com os meus parceiros de cena, com a direção, com toda a equipe. É uma coreografia pensada por toda a equipe, principalmente pela direção junto ao elenco”, afirma Débora Nascimento.

Respeito aos limites do elenco
Emanuelle Araujo ressalta a abertura da plataforma de streaming em ouvir as atrizes sobre as cenas. “É libertário a gente poder falar dos nossos limites, falar que ‘isso aqui está muito para mim’, ‘isso aqui está ótimo para mim’, por exemplo. Eu acho que isso é um ganho na dramaturgia e no nosso processo de trabalho”, diz.

Além das protagonistas, “Olhar Indiscreto” traz uma equipe feminina também atrás das câmeras. A minissérie tem direção geral de Luciana Oliveira e direção de episódios de Fabrizia Pinto e Letícia Veiga.

“Isso foi muito importante para a gente, não só pelo olhar feminino, mas pela troca. Foi muito legal esse diálogo com as diretoras, conseguir se abrir de verdade, sem nenhuma barreira quanto às potências e os limites”, aponta Emanuelle, cuja personagem é adepta de práticas do BDSM - sigla para bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo.

Sexualidade pelo olhar feminino
A abordagem de temas picantes pelo ponto de vista das mulheres, segundo Débora, faz toda a diferença. “Apresentar o sexo com essa perspectiva feminina é muito importante, porque traz um corpo que não é objetificado, imagens que passam as sutilezas desse desejo e de suas nuances. Tem todo um sensorial do olhar com a fotografia, da escolha dos cortes, do som, da gente estar presente e você sentir aquilo, muito mais do que apenas mostrar um pedaço do meu corpo, sabe?”, explica.

Ainda que o erotismo seja um elemento presente em abundância na obra, Emanuelle defende que os momentos sensuais não são o que mais interessa na obra. “O foco é contar a história. Todas as cenas, seja de briga, discussão ou sexo, são necessárias para que a trama chegue às pessoas da forma mais complexa e intensa, como é esse roteiro”, destaca.