TRAGÉDIA EM PERNAMBUCO

Tenente Wagner Souza é sepultado em meio a aplausos, louvores e chuva de pétalas de rosas

Enterro acontece nesta manhã

Sepultamento do Cel Wagner Souza - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Em meio a aplausos, louvores e honras militares, o corpo do tenente Wagner Souza foi sepultado por volta das 11h30 desta quarta-feira (21) no Cemitério Parque das Flores, no Curado, no Recife. Entre os familiares, estavam os pais e a esposa de Wagner. Durante a cerimônia de sepultamento, helicópteros do Grupamento Tático Aéreo jogaram pétalas de rosas

Muito abaladas e com uma dor imensurável, a mãe e a esposa do recém tenente choraram copiosamente e precisaram de muito apoio das pessoas que estavam ao redor e também do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, que estava de prontidão. 

Muitos policiais militares e amigos, bastante abalados, estiveram presentes e prestaram homenagens ao tenente. Muito querido por todos, Wagner deixou toda a corporação em luto. Vários carros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros se encontravam no cemitério.

O tenente de 30 anos foi uma das vítimas do soldado Guilherme Barros, que matou a esposa grávida, no Cabo de Santo Agostinho, e invadiu o 19° Batalhão da Polícia Militar, no Pina, onde abriu fogo e matou dois e feriu outros dois. 

O Comandante Geral da Polícia Militar, coronel José Roberto de Santana, presente no velório, relatou a trajetória de Wagner na corporação. 

"O tenente Souza entrou na corporação como soldado em 2010, passou no concurso, foi servir no Batalhão de Polícia Rodoviária, alguns colegas dele do batalhão estão aqui hoje, depois foi para o curso de oficiais, fez o curso de direito, porque para ser oficial da Polícia Militar tem que ser formado em direito e prestou concurso. Foi promovido no último dia 12 a tenente que ele tinha terminado o estágio probatório de aspirantes e foi promovido a segundo tenente. Fizemos uma solenidade na segunda-feira lá no quartel, ele foi um dos condecorados com a promoção e estava servindo no 19º e tragicamente ontem acontece o que vocês já tem conhecimento”, afirmou o coronel. 

O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Luiz Torres, destacou a dedicação de Wagner para se tornar oficial da Polícia Militar. "O sonho dele era um dia passar para ser oficial da polícia e ele conseguiu realizar o sonho, mas, infelizmente, só conseguiu curtir esse sonho por seis meses, que é o tempo de aspirante, quando ele foi promovido ao posto de segundo tenente", afirmou Luiz. 

Colega de Wagner na faculdade de Direito, Jaqueline Coelho, 30, definiu o tenente como alegre e um líder em sala de aula. "Era um menino muito alegre, prestativo, solícito, amigo de todo mundo, sempre gostava de organizar as confraternizações, um menino de sorriso largo. Um bom amigo. Era muito estudioso, esforçado e sempre que precisava dele ele estava pronto para ajudar. Ele era muito dedicado" , destacou Jaqueline.

Investigações 
O coronel José Roberto de Santana afirmou que, pelas análises preliminares, tudo ocorreu em torno de 30 segundos a partir do momento que o soldado Guilherme Barros chegou ao Quartel. Um inquérito policial militar já foi instaurado. 

"Nós já instauramos um inquérito policial militar, está em andamento, ontem mesmo o presidente do inquérito esteve na unidade para fazer os levantamentos, iniciaram-se as ouvidas de familiares, de policiais que estavam lá no horário, porque foi um crime tipicamente militar, então está sendo apurado através de inquérito policial militar", destacou. 

Até o momento, o inquérito não identificou nenhum problema anterior entre as vítimas e o agente causador, segundo o coronel.