Fiocruz: casos de síndrome respiratória por Covid desaceleram, mas ainda em patamar elevado
Tendência de queda já é observada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraíba
A última edição do Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nesta sexta-feira (23), aponta a manutenção do crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causados por vírus como o da Covid-19 e da gripe, em todas as faixas etárias. No entanto, pontua que o ritmo tem desacelerado nas últimas semanas, puxado por uma queda observada no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraíba.
O recuo tem sido principalmente na proporção de casos relacionados ao novo coronavírus, embora ainda em patamar elevado. As informações, referentes ao monitoramento até a semana do dia 11 a 17 de dezembro, baseado em dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde, destacam ainda um crescimento do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acomete crianças em determinados locais.
Para o coordenador do InfoGripe, e pesquisador da Fiocruz, Marcelo Gomes, embora os casos tenham desacelerado, a proximidade com as festas de fim de ano e a ainda alta circulação da Covid-19 demandam uma maior cautela nas situações de maior risco para contaminação, como ambientes fechados ou com aglomeração.
“Especialmente para pessoas com maior risco de desenvolver casos graves, o uso de máscaras adequadas no transporte público, locais fechados ou mal ventilados, e nas aglomerações deve ser mantido até que o cenário epidemiológico volte à situação de baixa circulação do Sars-CoV-2”, afirma o coordenador do InfoGripe, em comunicado.
Nas últimas quatro semanas, a prevalência dos casos de SRAG associados à Covid-19 foi de 80,2%. No levantamento anterior, o percentual estava em 94,8% – o que mostra um leve recuo em relação ao impacto da doença nas internações. Enquanto isso, 8,3% foram causados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite em crianças, enquanto antes essa proporção era de somente 0,5%.
“Em São Paulo, o VSR mantém presença expressiva nas crianças de 0 a 4 anos, além de apresentar retomada do crescimento nesse público nos três estados da região Sul (Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná) e no Distrito Federal”, diz o boletim.
Outros 1,7% casos foram associados ao Influenza A e 0,1% ao Influenza B – ambos causam a gripe. Entre os óbitos, os percentuais foram os mesmos associados aos eventos da síndrome.