Novo governo vai criar órgão para cuidar da segurança de Lula e reformular GSI
Responsabilidade da segurança presidencial deve sair das mãos dos militares
A próxima gestão do governo federal vai criar um novo órgão responsável por cuidar da segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, esvaziando as atribuições do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que deverá ser reformulado. Com isso, militares das Forças Armadas não ficarão mais responsáveis pela segurança presidencial.
Esse órgão terá estrutura vinculada ao Palácio do Planalto e deverá ser comandado pelo delegado da Polícia Federal Alexsander Castro Oliveira, que participou da equipe de segurança da campanha eleitoral. O coordenador da segurança da campanha, o delegado da PF Andrei Passos Rodrigues, foi anunciado como o próximo diretor-geral da corporação.
Há uma desconfiança de integrantes do futuro governo que o GSI, hoje comandado pelo general reformado do Exército Augusto Heleno, esteja aparelhado pelos militares. Esses integrantes também citam que regimes democráticos costumam ter a segurança presidencial feita por civis, e não pelas Forças Armadas. Por isso, a nova gestão optou por deixar a segurança presidencial nas mãos de policiais federais.
O futuro ministro da Casa Civil Rui Costa já havia anunciado nesta semana uma reestruturação no GSI, retirando as atribuições da segurança presidencial do órgão.
-- Nós teremos uma estrutura provisória que continuará dando segurança ao presidente até a reestruturação definitiva, que ele definirá qual é mais na frente. Já tem o nome decidido para o GSI. Terá uma estrutura de transição, a estrutura definitiva ele ainda vai definir -- afirmou Costa.
O Gabinete de Segurança Institucional, inclusive, havia sido extinto durante o governo Dilma Rousseff, mas foi recriado pelo então presidente Michel Temer em 2016. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) funciona atualmente subordinada ao GSI, mas também deve ser realocada.