Governo em Transição

Coronel escolhido por Dino recusa convite para assumir Secretaria de Políticas Penais

Segundo o coronel Nivaldo Restivo, a recusa foi por "questões familiares de natureza pessoal"

Flávio Dino - Valter Campanato/Agência Brasil

Escohido há dois dias pelo futuro ministro Flávio Dino (PSB-MA) para compor o segundo escalão do Ministério da Justiça, o coronel Nivaldo Restivo, da Polícia Militar de São Paulo, declinou nesta sexta-feira (23) o convite para comandar a Secretaria Nacional de Políticas Penais, órgão que substituirá o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Em nota, o coronel disse ter conversado nesta sexta com Dino e afirmou ter recusado o convite por causa de "questões familiares de natureza pessoal".

O anúncio ocorre após integrantes do grupo de transição encarregado de discutir a segurança pública no país terem criticado duramente, em uma carta enviada a Dino, a nomeação do coronel.

A equipe apontou relação de Restivo com o massacre do Carandiru — como é conhecida a chacina, ocorrida em 1992, que causou a morte de mais de uma centena de presos — e afirmou que Dino errou ao indicá-lo.

"Agradeci exaustivamente o honroso convite para fazer parte de sua equipe. Em que pese a motivação e o entusiasmo para contribuir, precisei considerar circunstâncias capazes de interferir na boa gestão. A principal delas é a impossibilidade de conciliar a necessidade da dedicação exclusiva ao importante trabalho de fomento das Políticas Penais, com o acompanhamento de questões familiares de natureza pessoal", escreveu Restivo.

Auxiliares do futuro ministro da Justiça informaram que novos nomes estão sendo avaliados. Dino chegou ontem à noite a São Luís, no Maranhão, onde deve passar o Natal com a família. O Globo apurou que o novo ministro deve conversar com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para chegar a um novo quadro para a secretaria.