MESSI

"Eternamente grata a ele": mãe de menino com a mesma deficiência que Messi narra encontro com craque

O pequeno Tommy, diagnosticado com a deficiência do hormônio do crescimento, conseguiu tirar dúvidas sobre tratamento com o camisa 10 da argentina

Messi e Tommy no chão do Hotel Intercontinental na Argentina - Reprodução

O craque argentino Lionel Messi, além de inspirar com a bola no pé , tem sua história de vida fora dos gramados como um norte para muitos outros compatriotas mirins.

Como o caso do menino Tommy, que foi diagnosticado com a deficiência do hormônio do crescimento, em 2008, e teve que passar por diversos tratamentos parecidos com os que o número 10 da seleção argentina também precisou suportar.

Após uma busca incansável de sua mãe, o garoto pode tirar dúvidas sobre os procedimentos com o atual melhor jogador da Copa do Mundo.

No último sábado, véspera de Natal, o acontecimento foi relembrado no twitter e acabou viralizando. Nos prints publicados, Barby - que é a mãe do menino Tommy - relata como contou para seu filho sobre a deficiência e os tratamentos, através da história de Messi. Nesta segunda-feira, as memórias da mulher foram noticiadas pelo jornal esportivo argentino Olé.

Messi e Tommy nasceram com a deficiência de hormônio de crescimento (DGH) - uma doença rara que se constitui em uma importante causa de baixa estatura na infância. A manifestação clínica ocorre pelo terceiro ou quarto ano de vida, quando fica evidente que a criança não está acompanhando o tamanho de seus pares.

Como uma mãe atenciosa, Barby conta que descobriu a deficiência antes dos médicos por perceber que tinha algo de errado no desenvolvimento de Tommy, que esteva com quatro anos. Os profissionais ainda não conseguiam diagnosticar.
 

“Como mãe eu sabia que algo estava errado com ele e se os médicos não quisessem investigar, eu mesma faria isso. Comecei a ler, buscar dados, comparar laudos, até que um dia sentei com todos os papéis na frente do pediatra e disse a ele: Tommy tem a mesma coisa que Messi”, escreveu a mulher.

Como os tratamentos envolviam injeções ao longo da infância e adolescência, Barby queria encontrar uma maneira de explicar para Tommy que seria de uma forma meio dolorosa, mas que funcionaria. Foi quando ela teve a ideia de comprar um poster de Messi e contar a história dele.

“Como dizer a ele o que ele vai ter que fazer, que vai doer e, principalmente, que o resultado só se verá no final do caminho? Como você explica isso? Foi quando compramos um pôster de Messi, colocamos em seu quarto, sentamos em sua cama e dissemos a ele que teria que começar o tratamento, em que a única pessoa que conhecíamos que tinha passado a mesma coisa que eu passaria era Messi. E mostramos que seu ídolo tinha passado pela mesma coisa, que não foi impedimento para Lionel realizar seus sonhos e que agora, além de tê-lo como exemplo para o futebol, o tinha como exemplo de resistência, tolerância, esperança de crescer, de outro menino que sabia que isso lhe faria bem”, escreveu a mulher.

Após a conversa, o menino entendeu, mas a sua mãe não parou por ali, quis ir mais a fundo e propôs ao seu filho uma conversa com Messi para tirar dúvidas sobre o assunto.

“Aí começou outro desafio, conhecer Lionel, mas quem não move céus e terra por um filho? Recebemos o telefone de Jorge (pai de Messi), contamos a ele o que estava acontecendo e ele disse: 'na próxima semana a seleção estará concentrada no Intercontinental, aviso um dia antes para que você veja Leo no saguão do hotel”, contou Barby.

No dia três de setembro de 2010, às 20h (horário de Brasília), o caso prometido a Tommy aconteceu. Barby foi com o filho encontrar Messi.

“Lá estava, em um canto do saguão. Messi sozinho, um Lionel de 23 anos. Relaxado, como é. Nos aproximamos, Thomy e ele se abraçaram e nós três sentamos no chão, no tapete do hotel para conversar. Uma conversa de mais de meia hora, em que não se falou em futebol. Apenas nós três sentados no chão. Uma conversa entre dois meninos, um mais velho e outro menor, que se entendiam. Perguntamos a Messi onde aplicava as injeções e ele nos disse que aplicava nas pernas. Messi fez a mesma pergunta a Tommy, que apontou seus braços - falávamos de como doía, que tinha dias que ele chorava, mas que tinha que bancar, ter paciência, que ia dar tudo certo”, relata Barby.

A mãe de Tommy ainda afirmou que foi uma conversa bonita, em que não rolaram filmagens, só a presença dos três naquele tapete do hotel já supria o momento que parecia mágico, uma troca sobre realidades, dores, mas também vitórias.

“Era o momento deles, sentados no tapete do saguão do hotel. Sem futebol, sem bola, sem camisa. Por isso, como não ver Messi naquele domingo (final do Mundial) e rezar para que ganhe a Copa do Mundo, que levante uma taça, que conquiste o que faltou? Eu sou eternamente grata a ele. Antes de sairmos, o cumprimentamos e agradecemos, ele disse 'Vamos tirar uma foto?' e Tommy inocentemente respondeu 'Não quero te incomodar, todo mundo te incomoda pedindo uma foto', foi quando ele respondeu: Vamos tirar uma foto, amanhã você vai querer tirar", concluiu Barby.