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Após encontro com Lula, Lupi diz que será ministro da Previdência e teve apoio de Ciro Gomes

PDT queria ministério responsável por políticas públicas 'na ponta'

Carlos Lupi (PDT) - Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O presidente do PDT, Carlos Lupi, confirmou nesta quinta-feira (29) que comandará o Ministério da Previdência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que conta com o apoio integraldo seu correligionário Ciro Gomes, que acabou a corrida presidencial em quarto lugar fazendo duras críticas ao petista. Lupi será anunciado ainda hoje pelo presidente eleito.

"Conversei ontem (com Ciro Gomes). Ele apoia integralmente o meu nome e tem as divergências dele de campanha com o presidente Lula mas a hora agora é de ajudar o Brasil. Lula é o presidente eleito, temos que fortalecê-lo para esse momento grave que o Brasil passou e resgatar a democracia e as instituições para que elas funcionem com mais eficiência.", afirmou a jornalistas na saída do encontro.

No segundo turno das eleições, Ciro Gomes fez uma tímida declaração de apoio a Lula, sem sequer citar o nome do petista em seu discurso, acompanhando a posição do partido. Na ocasião, Ciro afirmou que manifestava o apoio sem pedir cargo em troca. "Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha", afirmou.

Nesta quinta-feira, Lupi afirmou que ainda não pensa na formação do seu ministério, mas descartou a presença de Ciro Gomes na estrutura. O líder do partido afirmou que o ex-candidato será uma “alma livre”.

O Ciro vai ser uma alma livre. Ele vai fazer cursos, capacitar, vai usar os instrumentos do que ele tem de melhor: suas ideias, sua cabeça, inteligência, para colaborar com o partido e elucidar sobre todos os temas que ele queira.

Lupi foi sondado pela presidente do PT Gleisi Hoffmann há duas semanas e recebeu nova ligação da dirigente do partido nos últimos dias, reforçando o convite.

Após o contato de Gleisi, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, também telefonou a Lupi e ambos combinaram o encontro desta quinta-feira para sacramentar o convite.

Embora a bancada do PDT tivesse restrição a legenda assumir um ministério que não fosse responsável por políticas públicas "na ponta", com contato direto com a população , Lupi tem demonstrado a pessoas próximas que está animado com a pasta. Questionado se estava satisfeito com o espaço do partido no governo, Lupi afirmou que não se trata de “ficar ou não satisfeito, se trata de servir a nação”.

Ministério sempre é um desafio, não se trata de a gente ficar ou não satisfeito, se trata de servir a nação. Eu acho que o ministério da Previdência está dilacerado, destruído, com desrespeito ao aposentado. É um desafio. E a minha vida toda foi enfrentar desafios.

Nos cálculos de Lupi, as políticas do ministério terão atuação relevante pois terão reflexo em 35 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), sem contar 1,1 milhão de brasileiros à espera da concessão de algum tipo de benefício da Previdência Social. Segundo Lupi, um dos pedidos feitos por Lula seria a prioridade em terminar com essas filas.

Ele (Lula) pediu muito empenho para acabar com as filas da previdência, inclusive na questão do auxílio doença, ele quer que os prazos sejam mínimos possíveis e vamos entrar para trabalhar com muita dedicação e dar dignidade, respeito e carinho para os aposentados e pensionistas.

No guarda-chuva do ministério estão órgãos como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DataPrev). Lupi afirmou que pretende “dinamizá-los” e que precisarão de pessoas “técnicas, de origem dos órgãos” em seus comandos.

São órgãos técnicos, que precisam ter pessoas qualificadas, técnicas de origem dos órgãos para comandá-los. Eu pretendo dinamizá-los, o INSS que é um instrumento para os aposentados precisa ser eficiente, dar resposta imediata, temos que fazer uma grande campanha para acabar com as filas, ampliar as agências, fazer convênios com os estados e municípios.