Veja as despedidas e homenagens na carreira de Pelé, o Rei do Futebol
Camisa 10 atuou por Santos e Cosmos, além da Seleção Brasileira
O mundo perdeu uma das maiores figuras da história do futebol mundial. Em sua última despedida, Pelé deixou, mais uma vez, um legado que seguirá vivo no coração de todos os amantes do esporte. Durante a sua carreira, vestiu apenas três camisas, da Seleção, do Santos e do Cosmos, e marcou a memória daqueles que estavam presentes nos estádios, assistindo suas jogadas. Confira abaixo as homenagens e despedidas na carreira do Rei do Futebol.
SELEÇÃO
A importância de Pelé para a Seleção foi tamanha que apenas uma despedida não foi o suficiente para englobar toda a paixão do brasileiro no seu futebol. Os seus dois últimos jogos com a camisa do Brasil aconteceram em São Paulo, em um Morumbi lotado, e no Rio de Janeiro, no Maracanã, templo do futebol no País. Muitos pediam para que mudasse de ideia e jogasse a Copa de 1974, porém, Pelé escolheu deixar a Seleção em seu auge.
O Rei se despediu de sua coroa amarela pela primeira vez contra a Áustria, no dia 11 de julho de 1971, da maneira que estava acostumado, balançando as redes. O passe veio pelos pés de Zequinha, onde Pelé bateu rasteiro no canto esquerdo do goleiro, indefensável. À medida que a realizou sua tradicional celebração com soco no ar, a emoção dos paulistas presentes no estádio percebiam que seria a última vez que aquela cena se repetiria com a camisa canarinho. “Deixei o futebol da Seleção, mas o Brasil ainda está no meu coração”, declarou o rei na saída do estádio, para o repórter Geraldo Blota.
Para sua segunda despedida, não havia um palco melhor do que onde tudo começou, no estádio do Maracanã. Após 15 anos da estreia com a Seleção, Pelé entrou no gramado para um último duelo contra a Iugoslávia, no dia 18 de julho. Desta vez o gol não veio, porém não diminuiu as homenagens e emoções presentes dentro das quatro linhas. E assim, no apito final, aos 31 anos de idade, Pelé terminou sua última partida como profissional na Seleção, deixando 95 gols, três Copas do Mundo e sua marca eternizada no futebol mundial.
SANTOS
1.091 gols, 1116 jogos, 23 títulos, 18 anos, seis meses e 26 dias. Estes são os números de Pelé vestindo a camisa do Santos, um relacionamento que ficou (e continuará) marcado na história do futebol brasileiro e proporcionou o surgimento do “Santos de Pelé”. Três anos após dar adeus a camisa da seleção, era a vez de aposentar a tradicional camisa branca santista. A despedida ocorreu em um duelo contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista, em 2 de outubro de 1974.
Mais de 20 mil torcedores presentes na Vila Belmiro, observaram Pelé ajoelhar-se no meio do gramado aos vinte minutos da partida, reverenciando o público presente e agradecendo a lendária história construída com a camisa alvinegra. Atuou por apenas 21 minutos, já que tinha combinado com o técnico Tim de ser substituído ainda no primeiro tempo. O placar final da partida foi 2x0 para o Peixe.
Apesar de não balançar as redes, chorou de emoção ao deixar o gramado realizando uma volta olímpica, agradecendo todo o carinho proporcionado nas quase duas décadas de história. Apesar de ser o último jogo oficial como jogador do Santos, Pelé voltaria a vestir a camisa branca em sua despedida do futebol profissional, em 1977.
COSMOS
Após ter se despedido do futebol brasileiro, o Rei assumiu a função de embaixador do futebol nos Estados Unidos e jogou duas temporadas no Cosmos, time localizado na cidade de Nova York. Foram 106 jogos e 64 gols que plantaram a semente do maior esporte do mundo no coração dos norte-americanos. Destes, 75.646 estiveram presentes para ver Pelé entrar em campo pela última vez como um atleta profissional. Em seu discurso de despedida, escolheu chamar atenção do mundo para as crianças e propagar o amor.
“Estou muito feliz de estar aqui com vocês em um grande momento da minha vida. Agradeço a todos pelo que fazem por mim e quero aproveitar esta oportunidade, em que todos no mundo olham para mim, para pedir atenção e cuidados aos jovens e para as crianças ao redor do mundo. Creio e acredito que o amor é o mais importante que podemos oferecer. Tudo passa. Por isso peço que digam comigo três vezes: amor, amor e amor. Muito obrigado”, disse Pelé em seu discurso.
Pelé jogou o primeiro tempo no lado estadunidense, marcando um gol de falta perto do fim do primeiro tempo, indefensável para o goleiro Ernani, do Peixe. Na segunda etapa, reviveu a história que construiu por mais de duas décadas e vestiu a camisa branca do Santos pela última vez. Armou jogadas, participou de lances perigosos e deu finalizações, porém a partida terminou em uma vitória para o Cosmos por 2x1. E assim, com seus 1.283 gols em 1.363 jogos, se encerrava a trajetória do Rei do Futebol, Pelé.