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Violência se estabiliza na Venezuela, com quase 11 mil mortos, aponta ONG

Relatório foi divulgado pela ONG Observatório Venezuelano da Violência, que serve de referência diante da falta de estatísticas oficiais

Venezuela - Leandra Felipe - Repórter da Agência Brasil/EBC

O número de mortes violentas na Venezuela se estabilizou entre 2021 e 2022, quando foram registradas 10.737, aponta um relatório apresentado nesta quinta-feira (29) pela ONG Observatório Venezuelano da Violência (OVV), que serve de referência, diante da falta de estatísticas oficiais.

Foram 344 a menos do que em 2021, que registrou 11.081 pessoas mortas de causa violenta, destaca o estudo, baseado, principalmente, em casos divulgados pela imprensa.

"Não houve grandes variações", ressaltou o diretor do OVV, Roberto Briceño León, na apresentação do relatório, que situa o país caribenho como um dos mais violentos da América Latina, com 26 mortes diárias. "A estimativa que podemos fazer é de que está em segundo lugar, atrás de Honduras, mas isso irá depender dos resultados definitivos daquele país", explicou.

A Venezuela vinha registrando uma queda significativa da violência desde 2016, quando houve 28.479 mortes violentas, em meio à migração em massa, à crise econômica profunda e à pandemia. Mas essa tendência foi interrompida neste ano, impulsionada pelas "oportunidades" encontradas pelo crime diante da dolarização de fato no país, das remessas familiares, do garimpo, "da lavagem de dinheiro e das drogas", indicou o especialista.

Também houve neste ano uma mudança na “composição interna da classificação das mortes violentas”: os homicídios diminuíram de 3.112 em 2021 para 2.328, bem como as mortes por policiais, que caíram de 2.332 no última ano para 1.240.

O OVV destacou a categoria “mortes em investigação”, que chegou a 5.799 (+45%), incluindo homicídios e vítimas da polícia. Essa categoria reúne 62% das mortes violentas, indicou. Os desaparecimentos (1.790) são contabilizados dentro do total de mortes violentas.

Presente em todo o país, o Observatório alertou igualmente para o aumento dos roubos, sequestros e extorsões.