Indígenas mexicanos queimam vivo homem acusado de roubo
polícia e peritos encontraram o homem de 26 anos sem vida na praça principal de Santiago El Pinar
Indígenas mexicanos queimaram um homem vivo em praça pública após acusá-lo de roubo em mais um caso de linchamento no país, onde centenas de casos de justiça com as próprias mãos são registrados todos os anos.
O incidente ocorreu na quinta-feira (29), na cidade de Santiago El Pinar (sul do estado de Chiapas), onde um grupo de indígenas tzotzil ateou fogo em um acusado de integrar uma quadrilha de ladrões de veículos.
Após ser chamada pelos moradores, a polícia e peritos encontraram o homem de 26 anos sem vida na praça principal da cidade.
Ele teve "queimaduras de terceiro grau", de acordo com um comunicado da promotoria de Chiapas, que iniciou uma investigação de assassinato.
O caso foi registrado uma semana depois de cinco jovens terem sido salvos de linchamento na cidade de Tsetsal de Huixtán (Chiapas), acusados de roubo de carros e assaltos em rodovias.
Após passarem várias horas nus e pendurados em cestas de basquete, os suspeitos foram resgatados por um grupo de homens armados, segundo relatos de testemunhas à imprensa local.
Centenas de linchamentos ou tentativas de homicídio de supostos criminosos por cidadãos ocorrem todos os anos no México.
Só em 2021, foram 42 homicídios desse tipo e 279 tentativas de homicídio, de acordo com a contagem da ONG Causa Común.
Especialistas em segurança vinculam o fenômeno à percepção de impunidade. Oito em cada dez mexicanos consideram que a falta de punições legais se mantém ou aumentou, apontou um estudo da organização Impunidad Cero e da empresa de pesquisas Data OPM, divulgado em agosto passado.
Em alguns casos, as vítimas de linchamento são alvo de acusações falsas.
Em junho passado, um homem foi queimado vivo no estado de Puebla (centro) por uma multidão que o acusou infundadamente de sequestro. Os responsáveis por esses ataques geralmente não são identificados ou presos.