"Janja", futura primeira-dama assume a batuta da posse de Lula
Futura primeira-dama ficou responsável por organizar nos mínimos detalhes a cerimônia de posse do marido, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
A futura primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como "Janja", organizou nos mínimos detalhes a cerimônia de posse do marido, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, para que Brasília viva, no próximo domingo (1º), uma "grande festa popular".
"Dia 1º de janeiro vai começar com muita alegria e terminar com muita alegria. Por isso a gente está trabalhando, para que esse dia seja alegre e feliz para todos", disse Janja, durante uma coletiva de imprensa no começo de dezembro.
Durante a campanha, esta socióloga de 56 anos já tinha organizado eventos reunindo artistas em apoio a Lula, de 77.
E desde a vitória do marido sobre o presidente Jair Bolsonaro, em outubro, Janja tem sido um dos rostos mais visíveis da equipe de transição de Lula.
Ela tem estado presente em quase todas as aparições públicas do marido em Brasília e dado coletivas de imprensa sobre a posse. Um protagonismo pouco habitual para a esposa de um chefe de Estado brasileiro.
Na posse de Bolsonaro, há quatro anos, a primeira-dama, Michelle, adotou um perfil mais baixo, embora tenha impressionado com um discurso em libras (linguagem brasileira de sinais) para a multidão reunida em frente ao Palácio do Planalto.
Como coordenadora da posse, Janja começa a cumprir uma promessa: de dar um novo significado para o papel de primeira-dama.
"Vamos fazer uma grande festa popular, o Festival do Futuro, além dos atos institucionais", com cerca de 30 shows, anunciou.
A programação musical é deliberadamente eclética, com astros do pop, como Pabllo Vittar; lendas do samba como Martinho da Vila; e a cantora indígena Kaê Guajajara.
Todos estes artistas que vão participar da posse têm uma coisa em comum: estão profundamente comprometidos com a esquerda e participaram da campanha de alguma forma, explicou Janja.
Os shows serão distribuídos em dois palcos, nomeados em homenagem a duas grandes cantoras brasileiras falecidas este ano: Elza Soares, morta em janeiro, e Gal Gosta, em novembro.
Cão presidencial
Além de coordenar os trabalhos, Janja está atenta a cada detalhe da cerimônia. Por exemplo, conseguiu limitar o ruído que poderia incomodar pessoas com autismo e animais, como a tradicional salva de 21 tiros de canhão. Esta formalidade não ocorrerá em 1º de janeiro.
Seu amor e cuidado com os animais poderia trazer mais novidades: Resistência, uma cadelinha que Janja adotou enquanto Lula estava preso, e que atualmente vive com o casal, poderia acompanhar o presidente ao subir a rampa do Planalto, revelou a futura primeira-dama em uma entrevista em novembro.
A hora em que Lula vai cumprimentar a multidão dali, após ser empossado no Congresso Nacional, também foi escolhida cuidadosamente.
"A gente espera começar por volta das 17h, porque a gente quer contar com o belo pôr-do-sol de Brasília para termos lindas imagens", disse Janja.
A futura primeira-dama multiplicou as publicações nas redes sociais sobre os shows, com pedidos para doações para este festival, que será financiado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e custará cerca de R$ 8 milhões.
Os custos dos atos institucionais, ao contrário, serão pagos pelo Estado.