Indulto

Presidente chileno perdoa 12 condenados por protestos iniciados em 2019

Dezenas de familiares dos condenados comemoraram em frente ao palácio presidencial La Moneda, em Santiago, ao saberem deste indulto

Presidente chileno, Gabriel Boric - Martin Bernetti/AFP

O presidente do Chile, Gabriel Boric, indultou 12 pessoas condenadas por crimes cometidos durante os distúrbios sociais que eclodiram no país em 18 de outubro de 2019, uma decisão "pensada" e "difícil", segundo o presidente.

Dezenas de familiares dos condenados comemoraram em frente ao palácio presidencial La Moneda, em Santiago, ao saberem deste indulto, promessa de campanha de Boric para beneficiar pessoas detidas pela revolta social que deixou 30 mortos, cerca de 400 com lesões oculares pela repressão policial e milhares de policiais feridos.

“São jovens que não são criminosos e é um compromisso pessoal que eu tinha”, disse Boric à imprensa.

Também foi beneficiado Jorge Mateluna, ex-integrante de um grupo guerrilheiro que lutou contra a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e que cumpria pena pelo roubo de uma banco em 2013.

O indulto presidencial inclui 13 homens entre 21 e 48 anos cujos crimes não foram especificados no comunicado divulgado pela Presidência.

Boric garantiu que foram "decisões complexas" e que as tomou porque acredita que "temos que curar essas feridas".

Segundo dados oficiais, até março deste ano cerca de 211 pessoas estavam presas por motivos relacionados à revolta popular que durou entre outubro de 2019 e março de 2021.

O anúncio dos indultos ocorre depois que um projeto de lei de anistia para esses prisioneiros, patrocinado pelo esquerdista Boric, não conseguiu apoio para avançar no Congresso e foi rejeitado pela direita opositora.

A revolta social começou com protestos estudantis contra o aumento da tarifa do metrô em Santiago, que levou a fortes confrontos entre manifestantes e policiais. Foi o estopim de violentas manifestações por todo o país, as maiores desde a ditadura militar e que rapidamente se ampliaram contra todo o modelo econômico chileno.