Minas Gerais

Zema toma posse em Minas e fala sobre necessidade de regime de recuperação fiscal

Governador pediu um minuto de silêncio em homenagem a Pelé e não citou Bolsonaro, a quem apoiou no segundo turno

Romeu Zema é empossado governador de Minas Gerais pela segunda vez - Reprodução

Romeu Zema (Novo) tomou posse para mais quatro anos como governador do estado de Minas Gerais na manhã deste domingo (1º) na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte. No primeiro discurso feito à imprensa, o chefe do executivo estadual agradeceu o apoio dos dez partidos que apoiaram a reeleição. Zema também ressaltou a importância da adesão ao regime de recuperação fiscal que segundo ele, será fundamental para reequilibrar as contas públicas. Apesar de ter declarado apoio a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência, o governador não citou o agora ex-presidente em sua fala.

"Para mim é uma satisfação estar aqui, mais uma vez, sendo reconduzido para mais quatro anos à frente do governo de Minas. Eu gostaria de agradecer, primeiramente, os partidos que apoiaram nossa reeleição. Essa união demonstra que eu cheguei aqui, para esse segundo governo, numa situação muito diferente do primeiro. Se eu citasse os partidos que me apoiaram quatro anos atrás, eu citaria apenas o Partido Novo. Então, isso vai possibilitar a esse novo governo uma base na Assembleia e, consequentemente, muitas realizações", disse ele.

No pronunciamento, o governador destacou como prioridades a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e investimentos em infraestrutura e transportes, saúde, educação e segurança.

"Destaco que precisamos avançar na adesão ao RRF, que vai propiciar o equilíbrio das contas públicas e, consequentemente, o Estado terá condições de fazer os investimentos necessários que os mineiros necessitam tanto, e ter previsibilidade. Quem quer voltar à situação catastrófica que o Estado viveu na outra gestão?" questionou, fazendo menção à gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT).

Em seguida, em memória ao rei do futebol, o mineiro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, todos fizeram um minuto de silêncio. O ex-jogador é natural de Três Corações, no sul do estado.

Zema venceu no 1º turno, com 56,18% dos votos. O governador, de 58 anos, é formado em administração de empresas.

'Bolsonaro perdeu para si mesmo'

Zema só declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro no segundo turno. Após ir a Brasília declarar apoio formal ao presidente, o governador do Novo acompanhou o então presidente em todas os compromissos em Minas.

"Não poderia deixar neste momento de estar aqui colocando nossas divergências de lado. Sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro, sabemos que em muitas coisas convergimos e em outras, não, mas é momento em que Brasil precisa caminhar para frente e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário", disse Zema na ocasião.

Com a vitória do adversário, o mineiro reconheceu a vitória de Lula e desejou "sucesso ao presidente eleito", com uma nota cumprimentando o petista. "Com o resultado da eleição nacional, desejo sucesso ao presidente eleito. Seguirei cobrando que Minas seja prioridade, como merece. Estarei aberto ao diálogo para que o Brasil possa crescer com trabalho, honestidade e respeito. Que Deus abençoe nossa nação", afirmou o chefe do executivo do estado.

Após a derrota, o governador criticou a comunicação do governo federal, e disse que "Bolsonaro perdeu para si mesmo".

"Bolsonaro teve uma infelicidade muito grande principalmente na comunicação. Teve bons resultados, mas sempre causando muitos ruídos, um desgaste desnecessário. Mais do que ter perdido para o próprio candidato Lula, o presidente Bolsonaro perdeu para si mesmo, devido à forma de condução da comunicação", afirmou.

Na ocasião, Zema negou ser "herdeiro" de Bolsonaro no estado.