Combustíveis

Entenda o que acontece com o preço dos combustíveis no início do governo Lula

Presidente assinou prorrogação da desoneração de impostos federais sobre combustíveis no dia da posse

Entenda o que acontece com o preço dos combustíveis no início do governo Lula - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

A prorrogação da isenção de tributos federais sobre combustíveis assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, logo após a cerimônia de posse, fará com que a gasolina aumente menos em janeiro. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), caso PIS/Cofins e Cide voltassem a ser cobrados, o acréscimo nas bombas poderia ser de R$ 0,69. O diesel e o etanol, por sua vez, subiriam R$ 0,33 e R$ 0,26 respectivamente.

Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha pedido a Bolsonaro para não prorrogar a desoneração de combustíveis com o objetivo de promover um corte robusto nos gastos, o novo governo optou pelo desencargo, segundo economistas, para evitar alta na inflação no início do mandato, o que poderia diminuir a popularidade de Lula.

Mesmo assim, os combustíveis devem ficar mais caros neste mês devido à recomposição do ICMS, que teve a sua alíquota limitada no governo Bolsonaro a fim de controlar os preços pouco antes da eleição. Agora, com o retorno das alíquotas originais desse imposto estadual, que é a principal fonte de arrecadação dos governadores, o consumidor irá sentir que está pagando mais caro.

Além disso, o preço cobrado nos postos depende da cotação do dólar e do valor do petróleo no exterior, já que a Petrobras adota uma política de paridade internacional. Assim, se o preço do barril da commodity sobe, os brasileiros consequentemente pagam mais caro pelos combustíveis.

Embora o preço do barril tenha caído de US$ 100, quando foram feitas as desonerações no ano passado, para US$ 85,91, na última sexta-feira, a maior demanda decorrente da flexibilização das medidas contra covid-19 na China — maior importador global — pode fazer o preço do petróleo subir.

Para evitar oscilações bruscas, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que deve ser indicado para a presidência da Petrobras, avalia uma mudança na política de preços da estatal e uma espécie de fundo de estabilização.