Tinco Factory: artista pernambucano lança coleção de toy arts
Rodrigo Bastos Didier assina a criação de universo que deve ser expandido para outras linguagens
Seres robóticos habitam um asteroide metálico, vagando pelo universo e observando, de longe, a vida no planeta Terra. Esses são os Tincos, personagens criados pelo design gráfico pernambucano Rodrigo Bastos Didier, que chegam ao público a partir de obras de toy art, mas que em breve devem ocupar outros espaços na indústria do entretenimento.
O Tinco Factory é encabeçado por Rodrigo e pela empresária Andréa Fanton. Primeiros lançamentos da empresa, os colecionáveis são feitos de metal e já podem ser adquiridos no seu site oficial.
A ideia do projeto surgiu após a saída do pernambucano do Omelete Company, onde ele desenvolvia produtos para o público geek. Com o seu desligamento do grupo de entretenimento, o artista se juntou às indústrias Fanton, fábrica gaúcha especializada na produção de peças de metal, para a criação de um universo próprio.
“A gente percebeu que havia um caminho interessante a percorrer. Começamos com a ideia de um robozinho que poderíamos desenvolver com um visual legal e comercializar, mas passei a sentir a necessidade de criar uma narrativa para ele”, relembra.
No conceito pensado por Rodrigo, os Tincos são criaturas fascinadas pelos seres humanos e por tudo o que envolve a nossa existência. "Enquanto todo mundo fala em sair da Terra, com uma nova corrida espacial em andamento, eu quis olhar para dentro, buscando a nossa essência como habitantes deste planeta. Os Tincos acompanham nossas histórias, sem saber diferenciar o que é realidade e ficção ou o que está no presente, passado e futuro”, conta.
A primeira coleção do Tinco Factory traz obras inspiradas na deusa grega Athena, no faraó egípcio Tutankhamon e no Coelho Branco do livro “Alice no País das Maravilhas”. “A proposta é explorar universos variados, mas com uma perspectiva própria. As peças não são traduções literais desses personagens, mas sim leituras conceituais deles”, diz.
Mais do que simples bonecos, Rodrigo quer que suas criações sejam vistas e valorizadas como obras de arte. “Cada parte desse projeto nasce de uma visão artística muito minha, como se fosse uma escultura ou uma pintura”, explica. “O Tinco amplia as possibilidades de customização e manipulação do toy art, já que ele é composto por peças de encaixes com imãs, que podem ser intercambiáveis”, detalha.
Os pequenos robôs de metal estão associados a NFTs, que o comprador recebe automaticamente ao adquirir o produtor físico. Além dos colecionáveis, os sócios do Tinco Factory pretendem levar os personagens para outras linguagens. “Vemos os Tincos facilmente em jogos eletrônicos, representações audiovisuais e outros meios. Projetamos dessa forma e acreditamos muito na abrangência de mídias dessa história”, comenta.
Formado em design gráfico pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rodrigo vive e trabalha em São Paulo desde 2012. No currículo do ilustrador, constam trabalhos para grandes estúdios de cinema e eventos como a CCXP. Atualmente, ele ilustra a série de livros infantis “The Squickerwonkers”, da atriz Evangeline Lilly, estrela de filmes da Marvel.