Ministra da Gestão defende revisão da Lei das Estatais
Esther Dweck defende, ainda, retirada da reforma administrativa de Bolsonaro do Congresso
A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck defendeu a revisão da lei das estatais. Ela explicou, após tomar posse na nova pasta, que a ideia é criar regras para os representantes da União nos conselhos dessas empresas sobre o papel que elas terão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A gente tem muita preocupação em ter orientação para os conselheiros que representam o governo nos conselhos dessas empresas. Ter uma política para isso", disse Esther, acrescentando "o governo é um acionista importante nas estatais e algumas delas é o único acionista. Precisamos discutir qual é o papel que ele (governo) quer", acrescentou.
O Ministério da Gestão resulta do desmembramento do Ministério da Economia, que na gestão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro abarcou várias outras pastas. A Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais (Sest) migrou para o Ministério da Gestão.
Esther disse também que o governo pedirá a retirada do projeto de reforma administrativa, elaborada pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) e que foi aprovada pela comissão especial que analisou a matéria na Câmara dos Deputados. Ela afirmou que a proposta tem caráter "punitivo" , como perda da estabilidade, por exemplo, e foi encaminhada ao Congresso pelo governo anterior, sem diálogo com a categoria.
"A forma pela qual a proposta foi apresentada foi muito ruim", destacou a ministra.
Ela afirmou que o governo pretende elaborar uma nova proposta e que na próxima semana deverá reinstalar uma comissão permanente para discutir a reforma administrativa.
A ministra também defende um reajuste de salários para os servidores públicos que estão com salários defasados para os próximos anos, mas que "alguma coisa já pode ser dada este ano." Ela disse acreditar que os servidores vão pedir pelo menos 6% de aumento.
Esther tomou posse em uma cerimônia concorrida com a presença de várias autoridades. A ex-presidente Dilma Rousseff foi muito aplaudida e roubou a cena a discursar. Ela saudou vários ex-ministros de seu governo e contou que se emocionou na tarde de domingo ao participar da posse de Lula no Palácio do Planalto.
"Ontem eu fiquei muito comovida. Nós entramos no Palácio do Planalto, depois de seis anos (de seu impeachment)", contou.
Dilma disse que sentia orgulho de um trecho de seu discurso de despedida como presidente no impeachment de que o governo do PT voltaria um dia.
"Eu tenho muito orgulho de ter proferido na minha saída do governo que era um discurso sobre nós voltaremos. Basicamente, ele tinha esse conteúdo, qual era o desastre que encontraríamos", afirmou Dilma.
Segundo ele, o problema pode ser sintetizado em quatro medidas tomadas em 2016: teto de gastos, Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que composto por privatizações, reforma trabalhista e lei das estatais. Todas aprovados no governo de seu sucessor, Michel Temer.