MINISTRO DA JUSTIÇA

Dino diz que enviará ofício ao STF oferecendo PF para investigar ameaças a ministros da Corte

Ministro da Justiça chamou os agressores de "extremistas antidemocráticos, que perseguem magistrados nas ruas, aeroportos e restaurantes"

Flávio Dino e Rosa Weber - Mauro Pimentel/AFP

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, nesta terça-feira (3), que enviará um ofício à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, frisando que a Polícia Federal (PF) está “à disposição para investigar os episódios de agressão e ameaças a ministros” da Corte.

Dino chamou os agressores de “extremistas antidemocráticos, que perseguem magistrados nas ruas, aeroportos e restaurantes”.

“Vou enviar ofício à Presidente do STF frisando que a Polícia Federal está à disposição para investigar os episódios de agressão e ameaças a ministros daquele Tribunal e de outros. São extremistas antidemocráticos, que perseguem magistrados nas ruas, aeroportos, restaurantes etc”, escreveu Dino nas redes sociais.



Nesta terça-feira, como mostrou o colunista do Globo Lauro Jardim, o ministro Luís Roberto Barroso vivenciou mais uma cena de ofensas ao tentar embarcar na madrugada de Miami para Brasília.

A gritaria começou ainda no salão de embarque do Aeroporto Internacional de Miami. Segundo um dos presentes, uma mulher gritou que “tiraram Lula da cadeia para colocá-lo na presidência”.

Em seguida, várias bolsonaristas a aplaudiram e começaram a vaiá-lo e xingá-lo. Depois, entoaram um coro de “sai do voo”.

O episódio chegou a atrasar o embarque em alguns minutos. Os brasileiros que embarcaram para Brasília acreditam que o ministro desistiu de entrar na aeronave.

O mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro foi marcado por ataques constantes aos ministros do STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que miram o ex-presidente, seus filhos e aliados, e Luís Roberto Barroso, que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral antes de Moraes assumir.

Recentemente, Barroso foi criticado por um manifestante em Nova York e rebateu com um singelo: “perdeu, mané, não amola.”