Pelé

Em cerimônia restrita a familiares e convidados, corpo de Pelé é sepultado em Santos

Milhares de pessoas se despediram do Rei do Futebol durante cortejo nesta terça-feira (3)

Corpo de Pelé foi sepultado nesta terça-feira (3), em Santos - Nelson Almeida/AFP

Vai-se Edson Arantes do Nascimento, fica-se, eternamente, Pelé. Ao menos na memória de milhões de pessoas que o tinham como Rei. Afinal, apenas uma majestade de tal magnitude consegue movimentar mais da metade da população de uma cidade após sua morte. Depois de 24 horas de velório e um belo cortejo nas ruas de Santos, nesta terça-feira (3), o corpo do ex-jogador foi sepultado no maior cemitério vertical do planeta, o Memorial Necrópole Ecumênica, localizado no litoral de São Paulo, em cerimônia restrita a 120 pessoas entre familiares e convidados. 

Realizado na Vila Belmiro, o velório de Pelé iniciou às 10h da última segunda-feira e teve encerramento na terça no mesmo horário. Segundo a assessoria do Santos, mais de 230 mil pessoas foram ao estádio para se despedir do ex-camisa 10. Para se ter uma ideia, segundo o IBGE, a população do município homônimo ao clube tem pouco mais de 430 mil habitantes. Além dos moradores da cidade, amigos, jogadores, ex-atletas e autoridades marcaram presença. Entre eles, o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de Janja, a primeira-dama. 

"Gostaria que a molecada pudesse assistir sobre Pelé, porque ele vai ensinar muito sobre caráter, humildade, dignidade, ensinar as pessoas a serem mais humanistas, fraternas e solidárias. Isso é o que Pelé foi e o mundo deve a ele. Pobre, negro, em um páis onde o preconceito é muito grande", enfatizou Lula.

A esposa de Pelé, Marcia Aoki, e os filhos do ídolo mundial, Joshua Arantes, Edinho, Flavia e Kely Nascimento estiveram na Vila ao longos dos dois dias de homenagens. "Qualquer homenagem é pouco e pequeno para o que representa, para a história de vida que escreveu. O maior sentimento é gratidão e orgulho", ressaltou Edinho aos jornalistas presentes.

Com o encerramendo do velório para o público na Vila Belmiro, o caixão preto coberto com a bandeira do Brasil percorreu sete quilômetros no caminhão do Corpo de Bombeiros. Durante o cortejo, os 'súditos' do Rei do Futebol saudaram pela última vez o ex-jogador que morreu no último dia 29, aos 82 anos. Da varanda, enquanto o corpo de Pelé passava em frente a casa da mãe, Dona Celeste - de 100 anos e que não apareceu por estar debilitada -, a irmã do ex-camisa 10, Maria Lúcia, acenou para os fãs do tricampeão mundial. Cercada de parentes, a mulher de 78 anos assistiu emocionada à multidão cantando e balançando bandeiras do Santos.

Logo depois de passar pela casa da família, o cortejo se dirigiu até o Memorial Necrópole Ecumênica, próximo ao estádio do Santos, para o seputalmento do astro. No local, o corpo de Pelé vai permanecer no primeiro dos 14 andares do edifício, em um mausoléu de cerca de 200 m² que lembra um estádio de futebol, inclusive com um gramado sintético no piso, e imagens do Rei ao redor do caixão.