Mato Grosso

"Enquanto Lula for presidente, não disputarei nenhum cargo", diz prefeita que renunciou após a posse

Carmen Martines, do União Brasil, havia prometido que, caso o petista fosse eleito, deixaria seu cargo como chefe do Executivo de Carlinda

Carmen Martines - Reprodução

A prefeita de Carlinda, cidade no extremo norte do Mato Grosso, Carmelinda Leal Martines Coelho (União Brasil), mais conhecida como Carmen Martines, renunciou, nesta terça-feira (4), o seu cargo no Executivo municipal por motivações políticas: a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Globo, ela afirmou que, durante o pleito, tinha feito a promessa de que, caso o petista fosse eleito, deixaria a prefeitura da cidade em que cumpria o seu segundo mandato. Ela afirmou ainda que não disputará nenhuma eleição até 2026.

— Eu não sabia quem iria vencer, mas sabia que se fosse ele (Lula), não iria compactuar. Enquanto Lula for presidente, não disputarei nenhum cargo, não pretendo colocar meu nome à disposição. Vou ajudar meu esposo nas tarefas de nossa propriedade — afirmou Carmens Martines que é casada há 27 anos com o pecuarista Pedro Carlos Martines Coelho.

Sobre o desafeto com o presidente, ela afirmou "não ser partidária" e que prefere "confiar em pessoas". Neste caso, Lula não teria conquistado o seu respeito. Em 2020, Carmen foi reeleita com mais de 90% dos votos válidos para o cargo que permanecerá até 31 de janeiro. Em seguida, o vice-prefeito Fernando de Oliveira Ribeiro (PSC) assume o posto a partir de 1º de fevereiro.

Na carta de renúncia entregue à Câmara Municipal de Carlinda ela aponta a mudança no Palácio do Planalto como o único motivo para deixar o Executivo municipal.

"Minhas convicções politicas me colocaram na contramão da Administração que se inicia no dia 01/01/2023 pelo novo Presidente da Republica, e, por isso, não tenho forcas para continuar dando o melhor de mim a frente do Poder Executivo Municipal", diz carta de renúncia que foi entregue à Câmara.

Minhas lutas incansáveis, duradouras e vitoriosas poderão se tornar doloridas e dotados de consequências prejudiciais a toda população, justamente pelo desalinhamento que nutro com o novo presidente", afirma a futura ex-prefeita.