DIA DO LEITOR

Pedro Vinicius lança romance autobiográfico que aborda acidente trágico e reflexões

Após sete dias em coma, por conta de um atropelamento, ele despertou para uma nova realidade

Autor Pedro Vinicius - Divulgação

Uma experiência que poderia ter sido apenas traumática acabou se tornando o estopim para que Pedro Vinicius Prazo dos Passos escrevesse um romance autobiográfico. Os sete dias em coma, após ter sido atropelado, o despertaram para uma nova realidade, onde precisaria ser muito mais forte para lidar com as adversidades. 

Foram os sonhos do período em que estava inconsciente que o motivaram a escrever Lute como uma garota. Mas o que um homem tem a dizer sobre o assunto? No caso do autor, foi quando conheceu Cecília que ganhou forças para enfrentar a própria vida e para alcançar a melhor versão de si mesmo. 

Por meio de conversas e vivências, os dois criam um vínculo que extrapola o sentimento romântico e alcança outras esferas do cotidiano, incluindo a profissional. Foi a visão de mundo da jovem e seu apoio que fizeram com que Pedro percebesse que, para ser valente de verdade, precisaria lutar não como um homem, mas como uma garota. 

Antes do acidente, o escritor se considerava um homem egocêntrico e não se importava com aquilo que acontecia a sua volta. Depois, em parte, devido ao infortúnio do coma, descobriu um sentido para a própria existência que perpassava, principalmente, a literatura. 

Você está olhando na direção contrária. Não percebe? Por mais que a felicidade não permeie cem por cento dos seus dias, o percentual de desânimo é ínfimo. 
(Lute como uma garota, pg. 27) 

Questionamentos sobre a verdadeira paixão, a procura por um amor e a tentativa de encontrar um rumo em um mundo que parece sempre distanciar os sonhos da realidade são alguns dos pontos abordados entre as páginas da obra. O autor se conecta, portanto, com sentimentos compartilhados por todas as pessoas em algum momento de suas histórias. 

Com o uso quase exclusivo de diálogos, entrelaçados a pensamentos, descrições de cenários e sensações, ele busca engajar o público de forma ativa na leitura. “O objetivo é tornar o espectador presente na história, como se ele estivesse ali, vivendo tudo na própria cabeça dele”, explica.