Inflação na Venezuela superou os 300% em 2022, segundo dados não oficiais
De acordo com a ONG Cedice, setor de alimentos foi um dos mais afetados pela alta de preços de até 332,43%
A inflação na Venezuela ultrapassou 300% em 2022, de acordo com estimativas divulgadas nesta quinta-feira (5) pela ONG Centro de Difusão do Conhecimento Econômico (Cedice). Os dados apontam que o setor de alimentos foi o mais afetado, com altas de preços registrando altas de até 332,43%.
A Cedice também informou um aumento de 27,01% no custo de vida em dólares no ano passado, devido ao fato de a inflação ter sido maior que a depreciação da moeda local, o bolívar, em relação à dos EUA.
O dólar domina as ruas venezuelanas desde 2019, depois que o governo do presidente Nicolás Maduro flexibilizou um controle de câmbio que proibiu sua livre circulação durante 15 anos.
O Observatório Venezuelano de Finanças (OVF), centro de pesquisas vinculado à oposição, também anunciou sua estimativa de inflação acumulada em 2022: 305,7%.
Depois de um longo período de hiperinflação, o país caribenho tem vivido uma desaceleração no ritmo da alta de preços. No entanto, ainda tem uma das maiores inflações do mundo.
De acordo com o Banco Central venezuelano (BCV), a inflação de 2021 foi de 686,4%. No último informe oficial, a inflação acumulada entre janeiro e outubro de 2022 chegou a 119,4%.
Após seis anos de uma contração sem precedentes e uma estabilização em 2021, ainda que no fundo do poço, a economia venezuelana cresceu no ano passado. O Banco Central da Venezuela anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 deve ter fechado com um crescimento de 18,7%, "o maior da América Latina por quatro semestres consecutivos".