MÚSICA

Lia de Itamaracá celebra a chegada de 2023 com "Dorme, Pretinho"

Composição da Rainha da Ciranda e de Beto Hees traz referências musicais que nos conectam a infância e resgatam a esperança de tempos melhores por vir

Lia de Itamaracá - Ytallo Barreto / Divulgação

“Dorme, Pretinho” é uma resposta revestida de poesia musical para todo o sofrimento provocado pelos últimos quatro anos de um projeto político que causou grande dano para sua comunidade na Ilha de Itamaracá e para todo o país. Foi a partir do desespero que viu nos olhos dos seus e da intranquilidade com o futuro que Lia sentiu o desejo de levar um pouco de sossego e amparo para sua gente. A mensagem, que vem de uma forma lúdica e única, anuncia os novos tempos para sua ilha e para todos os brasileiros, que já podem voltar a sonhar, pular ondas com a Lia de Itamaracá. 

O single, que vem de uma forma lúdica e única, anuncia os novos tempos para sua ilha e para todos os brasileiros, que já podem voltar a sonhar e a pular ondas com Lia de Itamaracá. A composição, assinada por Lia em parceria com Beto Hees, é uma adaptação da canção de Mercedes Sosa intitulada 'Duerme Negrito', com destinos muito semelhantes, mães e filhos, em ambas as versões, estão ligados pela fragilidade e beleza da existência. Se, por um lado, a necessidade de subsistência é inevitável, a ternura que os une é ainda mais necessária

No videoclipe desta canção de ninar de Lia, Rainha da Ciranda e Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, as imagens da praia, das redes onde as mães ninam seus filhos e de uma Lia etérea se alternam no embalo da voz grave, mas acolhedora da Rainha da Ciranda:

“Dorme, dorme pretinho, que mamãe está pescando, pretinho. Dorme, dorme Maria, que mamãe está pescando, Maria”. 

Em sua longa trajetória entre música, cinema e cozinha, Lia aprendeu a como despertar os sonhos de muita gente que cruzava o seu caminho para encher a barriga e acabava se despedindo com o coração preenchido de sonhos. Em “Dorme, Pretinho” e em seu trabalho no centro cultural, Lia de Itamaracá deixa claro que essa habilidade segue mais viva do que nunca.