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Metade dos trabalhadores do mundo tem jornadas exaustivas ou carga horária muito pequena

Estudo da OIT aponta que um terço trabalha mais de 48 horas por semana, enquanto um quinto atua em horário parcial ou só com bicos

Metade dos trabalhadores do mundo tem jornadas exaustivas ou carga horária muito pequena - Unsplash

Trabalhar das 9h às 17h não é a norma para mais da metade da força de trabalho global, de acordo com um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A estatística mostra que, na média, os trabalhadores têm jornada de cerca de 43,9 horas semanais. Mas essa média camufla uma realidade na qual muitos têm jornada exaustiva e muitos só conseguem horário parcial ou bicos - uma carga horária que indica que trabalham por menos tempo do que precisam.

Em um estudo sobre equilíbrio entre vida profissional e pessoal publicado nesta sexta-feira (06), a OIT revela que cerca de um terço dos trabalhadores têm uma semana de trabalho superior a 48 horas - ou seja, quase dez horas por dia de segunda a sexta.

Enquanto isso, um quinto dos trabalhadores atua em tempo parcial, com menos de 35 horas por semana.

Embora as longas horas de trabalho tenham diminuído ligeiramente no início da pandemia e o período mais curto de horas de trabalho tenha aumentado um pouco, ambos os fenômenos já estavam voltando aos níveis pré-pandêmicos no fim de 2020, afirmou a OIT.

O relatório da OIT também examinou as incompatibilidades entre as horas de trabalho cumpridas pelos trabalhadores e a quantidade de tempo que eles gostariam de trabalhar. E o descompasso é enorme.

Pandemia mostrou que flexibilidade melhora produtividade
As medidas introduzidas durante a pandemia de Covid “forneciam novas evidências poderosas de que dar aos trabalhadores mais flexibilidade em como, onde e quando trabalham pode ser positivo tanto para eles quanto para os negócios, por exemplo, melhorando a produtividade”, afirmou a OIT.

Por outro lado, restringir a flexibilidade traz custos substanciais, incluindo aumento da rotatividade de pessoal

O relatório vai além:

Há uma quantidade substancial de evidências de que as políticas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional fornecem benefícios significativos para as empresas, apoiando o argumento de que tais políticas são uma 'ganha-ganha' tanto para empregadores quanto para funcionários