CRISE

Em relatório, Banco Mundial alerta para risco de recessão global neste ano

Cenário reflete simultaneamente o aperto de conter inflação muito alta, a piora das condições financeiras e a guerra na Ucrânia

Sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, Estados Unidos - Divulgação / BID

O Banco Mundial está preocupado que “mais choques adversos” possam levar a economia global à recessão em 2023, com os pequenos países especialmente vulneráveis. O alerta está incluído em um resumo do relatório semestral Perspectivas Econômicas Globais, com lançamento previsto para terça-feira (10), e no site Open Knowledge Repository do grupo.

Mesmo sem outra crise, o crescimento global neste ano “deve desacelerar acentuadamente, refletindo simultaneamente o aperto da política destinada a conter uma inflação muito alta, a piora das condições financeiras e a guerra na Ucrânia”, disse o Banco Mundial.

“Esforços globais e nacionais urgentes” são necessários para mitigar o risco de tal desaceleração, bem como de sobreendividamento em mercados emergentes e economias em desenvolvimento, onde o crescimento do investimento deve permanecer abaixo da média das últimas duas décadas, afirma o relatório.

“É fundamental que os formuladores de políticas dos países em desenvolvimento garantam que qualquer apoio fiscal seja focado em grupos vulneráveis, que as expectativas de inflação permaneçam bem ancoradas e que os sistemas financeiros continuem resilientes”, afirmou.

Exigências semelhantes foram feitas por banqueiros centrais de todo o mundo, à medida que aumentam agressivamente as taxas de juros para aliviar as pressões de preços, enquanto os governos apoiam empresas e famílias ao conter os custos de energia.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, iniciou 2023 com um alerta de que o mundo enfrenta “um ano difícil, mais difícil do que o ano que deixamos para trás”. Um terço da economia global estará em recessão porque os EUA, a UE e a China estão desacelerando simultaneamente, disse ela ao 'Face the Nation' da CBS em uma entrevista exibida em 1º de janeiro.