atos golpistas

Moraes cita Hitler, ensinamentos de Churchill e diz que não será omisso diante de golpistas

Ministro do STF enfatizou que agentes públicos que pactuarem com atos terroristas serão responsabilizados

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes - Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Na decisão que decretou medidas em resposta aos ataques de bolsonaristas contra às sedes dos Três Poderes em Brasília, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes fez uma série de referências históricas sobre a importância de agir contra ideologias extremistas. No texto, Moraes faz um paralelo do momento da democracia do Brasil com a Conferência de Munique — tratado de 1938 entre os líderes das maiores potências da Europa à época, Inglaterra, Itália e Alemanha.

A democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil politica de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler, escreveu Moraes na decisão.

O episódio ficou marcado como grande marco do fracasso da tentativa de negociação de paz com o ditador nazista da Alemanha, Adolf Hitler, encabeçada pelo então primeiro-ministro inglês, Neville Chamberlain. A concessão às exigências impostas por Hitler foram vistas como um combustível para seu fortalecimento e a consequente deflagração da Segunda Guerra Mundial, posteriormente.

Em outra referência à Segunda Guerra, Alexandre de Moraes usa uma citação do primeiro ministro britânico Winston Churchill. Ele enfatiza que as instituições de estado não podem ser omissas e que seus representantes serão punidos caso não cumpram suas obrigações diante da sociedade.

Os agentes públicos (atuais e anteriores) que continuarem a ser portar dolosamente dessa maneira, pactuando covardemente com a quebra da Democracia e a instalação de um estado de exceção, serão responsabilizados, pois como ensinava Winston Churchill, ‘um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado', disse o ministro do STF.

Moraes prossegue enfatizando na decisão que irá buscar a responsabilização civil, política e criminal de quem praticar atos atentatórios à democracia, ao estado de direito e às instituições. Segundo ele a responsabilização pode ser dar "inclusive pela dolosa conivência – por ação ou omissão – motivada pela ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo. Concluindo, o ministro do Supremo arremata o trecho com mais uma citação de Churchill.

A Democracia brasileira não será abalada, muito menos destruída, por criminosos terroristas. A defesa da Democracia e das Instituições é inegociável, pois como ainda lembrado pelo grande primeiro-ministro inglês, ‘construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia', escreveu Moraes.