Pedido de abertura de CPI de atos terroristas já tem 31 assinaturas, PL ainda não apoiou inciativa
Requerimento da senadora Soraya Thronicke (União-MS) já tem mais que as assinaturas necessárias, que são 27. O líder do Governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defende a instalação da Comissão
Com assinaturas de 31 senadores, o requerimento da senadora Soraya Thronicke (União-MS) para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos terroristas deste domingo em Brasília já tem o número de assinaturas para ser instalada. O número mínimo de assinaturas é de 27 parlamentares.
O pedido conta com o apoio do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), além de outros senadores do PT, MDB, PSDB, PSD, PDT, PRO, Podemos e PP. Até o momento, nenhum senador do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, apoiou a iniciativa.
Apesar de já contar com as assinaturas necessárias, a senadora segue em busca de mais apoios de senadores que vão seguir na próxima legislatura. Após o pedido, o texto será lido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No documento, a senadora Soraya pede para que seja apurada a responsabilidade pelos atos, possíveis omissões de autoridades responsáveis pela segurança e a existência de financiadores dos atos golpistas.
O líder do Governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que acompanha os trabalhos no Senado depois dos últimos acontecimentos, defendeu a instalação da CPI para investigação dos atos, que segundo ele, contaram com apoio de parlamentares.
“O presidente Pacheco ainda ontem definiu sobre reunir o Congresso Nacional na noite de hoje. Vamos apreciar o decreto do Presidente da República e queremos uma instalação imediata da CPI, já que alguns parlamentares incentivaram e também participaram. Todos vão ser fichados, notificados e vão responder a Lei do Patrimônio Público, Lei Antiterrorismo, toda força da legislação deve ser utilizada para responsabilizar os responsáveis pelo maior ataque a democracia brasileira”, afirmou.
Randolfe destacou ainda o grande número de obras de arte roubadas.
“Tivemos uma primeira impressão de destruição, inestimável o tamanho. Não há precedentes, foi invadido o museu do Senado, obras de arte foram roubadas. Os terroristas são também ladrões, eles vieram para roubar obras de arte presentes na presidência da Câmara dos deputados, do Senado Federal, ocuparam o plenário, destruíam a entrada da presidência do Senado. São obras da fundação de Brasília, não há palavras e tamanho para definir”, disse.
Já o senador Alessandro Vieira (PSDB), disse em uma rede social que “o momento exige a suspensão do recesso parlamentar e a adoção de medidas imediatas para apuração dos fatos”.
Após os atos deste domingo o presidente Lula decretou uma intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. O ato pode ser analisado nesta terça-feira pelo Congresso Nacional, segundo o presidente do Senado em exercício Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).