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ONU lamenta morte "intolerável" de cinco milhões de crianças em 2021

Maioria dos casos pode ser evitado com melhores cuidados de saúde, vacinação e nutrição, acena organização

Prédio da ONU - Pixabay

Estima-se que cinco milhões de crianças menores de cinco anos morreram em 2021, disseram as Nações Unidas nesta terça-feira (10), pedindo investimentos em saúde em comunidades carentes em todo o mundo para evitar essa “imensa, intolerável e principalmente evitável perda de vida”.

“Todos os dias, muitos pais enfrentam o trauma de perder seus filhos, às vezes antes mesmo de sua primeira respiração”, disse Vidhya Ganesh, especialista da agência infantil da ONU, UNICEF. “Essa tragédia generalizada e evitável nunca deve ser aceita como inevitável. O progresso é possível com uma vontade política mais forte e investimento direcionado no acesso equitativo aos cuidados primários de saúde para todas as mulheres e crianças.”

Cerca de 2,3 milhões de mortes em 2021 ocorreram no primeiro mês de vida das crianças, a maioria por prematuridade ou por complicações relacionadas ao parto. Após o primeiro mês de vida de uma criança, as doenças infecciosas, como pneumonia, diarreia e malária, tornam-se as maiores ameaças.
 

A maioria das mortes, no entanto, pode ser evitada com melhores cuidados de saúde, vacinação, nutrição, bem como programas de água e saneamento, disse o relatório.

Segundo a entidade, porém, há também sinais de otimismo. A taxa global de mortalidade de menores de cinco anos caiu 50% desde 2000, enquanto as taxas de mortalidade em crianças mais velhas e jovens caíram 36% e a taxa de natimortos diminuiu 35%. O relatório destacou imensas desigualdades em todo o mundo.

As crianças na África subsaariana enfrentam o maior risco de morrer antes do quinto aniversário, com 56% das mortes de menores de cinco anos em 2021 ocorrendo nessa região.

“Por trás desses números, estão milhões de crianças e famílias que não têm direito básico à saúde”, disse Juan Pablo Uribe, Diretor Global de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial. “Precisamos de vontade política e liderança para o financiamento sustentado da atenção primária à saúde, que é um dos melhores investimentos que os países e parceiros de desenvolvimento podem fazer.”