Regina Duarte chama prisão onde estão golpistas de "campo de concentração"
Ex-secretária de Cultura do governo Bolsonaro também compartilhou vídeo em que influenciadora compara o que chama de 'desmandos' com o Holocausto
Em mais uma manifestação de apoio aos terroristas que vandalizaram e destruíram o patrimônio artístico e histórico em Brasília, a atriz Regina Duarte chamou a prisão onde os radicais estão detidos de "campo de concentração", uma alusão aos centros de confinamento onde nazistas exterminaram 6 milhões de pessoas, a maioria delas judeus, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
No post, a ex-secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro compartilha um vídeo em que um programa da TV portuguesa comenta a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Regina Duarte escreve: "O Campo de Concentração que vem contendo em torno de 200 manifestantes presentes à Esplanada em condições sub humanas trazem de volta o assunto do famigerado CÓDIGO FONTE prometido nas últimas eleições para Presidente da República".
No mesmo dia, Regina Duarte já havia compartilhado um vídeo em que a influenciadora bolsonarista Eliane Benatti traça um paralelo entre o que chamou de "desmandos do poder legislativo e do judiciário" e o Holocausto. No vídeo, Benatti diz que, embora não "ache que os dois estão no mesmo patamar de gravidade", entende por que "os judeus se sujeitaram mansamente ao que aconteceu com eles até chegar ao genocídio".
Holocausto, maior genocídio do século XX
O Holocausto foi o genocídio, ou seja o assassinato em massa , de 6 milhões de judeus na Alemanha Nazista sob comando de Adolf Hitler. É o maior genocídio ocorrido no século XX, e um dos maiores da História. Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos: mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens foram assassinados pelos nazistas durante o período.
O assassinato em massa de judeus foi parte de um conjunto ainda mais amplo de opressões e mortes cometidos pelos nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Ciganos, eslavos, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra, alguns grupos evangélicos e pessoas com deficiência foram usadas em experimentos científicos, trabalhos forçados e, por fim, assassinadas. No total, sob o mando de Hitler a Alemanha nazista matou mais de 11 milhões de civis.
Os campos de concentração eram parte da estrutura nazista de torturas e extermínio. Judeus e outros grupos eram enviados em trens de carga super lotados para serem submetidos ao trabalho escravo até morrerem de exaustão ou desnutrição, serem fuzilados, ou mortos nas câmaras de gás.
Em 2007, entrou em vigor na União Europeia uma lei que pune quem negar o Holocausto. Desde 2005, o 27 de janeiro marca o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto no calendário da ONU. Foi nesta data, em 1944, que as tropas aliadas entraram no Campo de Concentração de Auschwitz e libertaram os últimos prisioneiros do regime nazista.
No Brasil, juristas entendem que a Lei do Racismo pode ser invocada para quem negar o Holocausto ou fizer apologia ao Nazismo. A Lei nº 7.716/89 estabelece, objetivamente, que é crime "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo", sob pena de dois a cinco anos de prisão e multa.
Eleições sem contestação
Vale lembrar que as urnas eletrônicas usadas no Brasil são consideradas invioláveis, e que o Tribunal Superior Eleitoral atestou o resultado das eleições presidenciais de 2022. Missões internacionais que acompanharam o processo eleitoral no Brasil afirmaram que as eleições 2022 foram limpas e confiáveis, que o processo seguiu padrões internacionais e preceitos legais brasileiros. Governos estrangeiros reconheceram imediatamente a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Não há nada, portanto, que justifique qualquer contestação ao resultados das eleições de 2022 no Brasil.